Secretário-geral da ONU "profundamente preocupado" com situação
4 de abr. de 2013, 10:07
— Lusa/AO Online
"Desiludido e preocupado" com as restrições norte-coreanas que impedem os trabalhadores sul-coreanos de aceder ao complexo de Kaesong, Ban disse esperar "sinceramente que a medida seja levantada assim que possível".
Pelo segundo dia consecutivo, a Coreia do Norte negou hoje o acesso dos trabalhadores do Sul ao complexo, ameaçou retirar 53 mil trabalhadores norte-coreanos e encerrar Kaesong, um dia depois de ter iniciado um bloqueio aos funcionários sul-coreanos.
Um porta-voz do comité estatal norte-coreano para a Reunificação Pacífica da Coreia afirmou estar a reagir às declarações proferidas, na quarta-feira, pelo ministro da Defesa sul-coreano que informou possuir um plano de "contingência militar” delineado para garantir a segurança dos sul-coreanos que trabalham no complexo.
“Se as ‘marionetas’ sul-coreanas e meios de comunicação conservadores continuarem a denegrir-nos, iremos ordenar a todos os nossos trabalhadores que abandonem Kaesong”, advertiu o porta-voz, citado pela agência oficial norte-coreana KCNA.
"O encerramento total do complexo poder-se-á tornar realidade", frisou.
Cerca de 53.000 norte-coreanos trabalham para mais de 120 fábricas sul-coreanas em Kaesong, que é uma fonte crucial de divisas para a Coreia do Norte, reduzindo a dependência de Pyongyang em relação à China.
Kaesong foi escolhido para combinar a tecnologia e experiência da Coreia do Sul com a gestão a baixo custo da Coreia do Norte e é uma zona teoricamente desmilitarizada, mas fortemente armada e vigiada.
O complexo tem um volume de negócios equivalente a cerca de 1,5 mil milhões de euros, e tem funcionado sempre, apesar das repetidas crises entre os dois países.
Na quarta-feira, Pyongyang informou Seul que suspendia o movimento diário de sul-coreanos para o complexo industrial, sem especificar quanto tempo irá durar o bloqueio.