Secretário-geral da NATO reitera apoio à Suécia e à Finlândia
Ucrânia
20 de out. de 2022, 11:34
— Lusa/AO Online
"É inconcebível que os aliados
da NATO não atuem se houver algum tipo de pressão contra a Suécia e a
Finlândia", disse Stoltenberg numa conferência de imprensa após uma
reunião no quartel-general da organização, em Bruxelas, com o novo
primeiro-ministro sueco Ulf Kristersson. No
passado mês de junho, na Cimeira de Madrid, os líderes dos países que
constituem a Aliança Atlântica concederam aos dois países nórdicos o
estatuto de países convidados à integração na organização. Stoltenberg,
político norueguês, disse que a Suécia e a Finlândia "encontram-se
neste momento numa posição muito diferente da que tinham antes de
solicitar a entrada na NATO, motivada pela agressão da Rússia contra a
Ucrânia. Em concreto, disse que "agora a
NATO está mais presente na região do Báltico" - sobretudo depois dos
supostos atos de sabotagem contra os gasodutos Nord Stream - e frisou
que a Suécia e a Finlândia estão a "a integrar-se nas estruturas civis e
militares da Aliança Atlântica". Stoltenberg
recordou que "muitos aliados deram garantias de segurança aos dois
países", o que inclui proteção em caso de sofrerem alguma agressão
durante o período entre o pedido de adesão e a entrada de facto no
organismo internacional, assim como a possibilidade de invocarem o
artigo 05 do Tratado de Washington sobre defesa coletiva.O
artigo do documento que está na base da fundação da NATO refere que se
um aliado é atacado, os restantes membros podem responder e prestar
ajuda. Jens Stoltenberg enfatizou que a
Suécia e a Finlândia estão a realizar manobras militares com a NATO "e a
trabalharem mais juntos do que nunca". O
secretário-geral dos aliados destacou a visita de Kristersson à sede da
NATO apenas três dias após a tomada de posse como chefe do governo da
Suécia. "A entrada (da Suécia) vai
reforçar a presença da Aliança Atlântica no Norte, assim como aprofundar
a cooperação nórdica e báltica em matéria de defesa", disse ainda
Stoltenberg. Para que a entrada dos dois países seja efetiva, todos os trinta países aliados devem conceder aprovação a nível nacional.Até ao momento, a Hungria a Turquia ainda não aprovaram o processo. No
sentido de estreitar as relações com a Turquia, a Finlândia e a Suécia
assinaram com Ancara, à margem da Cimeira de Madrid, um memorando
trilateral que reforça a cooperação na luta contra o "terrorismo", a
principal preocupação do governo turco. No
âmbito desse acordo, Estocolmo compromete-se a pôr fim a qualquer
restrição de venda de armas à Turquia, melhorar a cooperação
antiterrorista, proibir atividades de organizações terroristas,
incluindo do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), e a trabalhar
mais em questões como a extradição e o combate ao financiamento do
"terrorismo".Kristersson reafirmou o
compromisso em relação ao memorando e recordou que a Suécia está a
aplicar nova legislação para cumprir os requisitos.