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Ucrânia
Secretário-geral da NATO confirma convite a Kiev para cimeira em Haia

O secretário-geral da NATO confirmou o convite à Ucrânia para a cimeira anual da organização, no final de junho em Haia, e defendeu gastos militares de 5% do PIB até 2032 para garantir a segurança dos aliados


Autor: Lusa/AO Online

"Convidei a Ucrânia para a cimeira", declarou Mark Rutte em conferência de imprensa antes da reunião dos ministros da Defesa da Aliança Atlântica, que terá lugar na quinta-feira em Bruxelas.

No entanto, não especificou em que parte da cimeira, a decorrer nos dias 24 e 25 de junho, a Ucrânia vai participar.

"Publicaremos o programa o mais breve possível com mais detalhe", indicou.

As cimeiras da NATO reúnem os chefes de Estado e de Governo dos membros da organização transatlântica, e líderes de outros países parceiros são frequentemente convidados.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, participou de forma remota na cimeira de 2022, em Madrid, a primeira desde a invasão em larga escala da Rússia.

Em 2023, Zelensky viajou pessoalmente para a cimeira da NATO em Vilnius e, em 2024, participou também na reunião de líderes em Washington.

Este ano, surgiram dúvidas em relação à sua presença, devido ao menor compromisso com o apoio à Ucrânia do Presidente norte-americano, Donald Trump, que também já confirmou que viajará para Haia.

O ministro da Defesa ucraniano, Rustem Umerov, que chefiou a delegação do seu país nas últimas conversações diretas com a Rússia, na segunda-feira em Istambul (Turquia), pediu hoje um sinal de unidade da NATO para manter o seu apoio a Kiev face ao que considerou ultimatos russos.

"A Ucrânia envia as suas equipas a todo o momento para negociações, mas vemos que, por enquanto, os ultimatos continuam", lamentou o ministro ucraniano, antes da reunião do Grupo de Contacto para a Ucrânia, a decorrer hoje em Bruxelas, que reúne 50 aliados militares de Kiev.

Neste sentido, Umerov reiterou a sua gratidão para com os países que ajudam a Ucrânia no campo de batalha e expressou a sua expectativa de "anúncios positivos" dos aliados em relação a novos apoios.

Na conferência de imprensa de hoje, Mark Rutte alertou que a despesa dos Estados-membros de apenas 2% do Produto Interno Bruto (PIB) em defesa, que é o compromisso atual, não permitirá que a Aliança se mantenha segura no futuro.

"Se achamos que podemos manter-nos seguros mantendo-nos nos 2%, esqueçam", declarou.

Rutte advertiu que, em três a cinco anos, a NATO se encontrará "em grandes dificuldades" se não aumentar as despesas com a defesa para além daquela fasquia.

No entanto, disse esperar que a maioria dos aliados, "se não todos", atinjam a meta inicial este ano.

Neste sentido, Rutte referiu que cabe aos Estados-membros decidir onde encontrar o dinheiro adicional para aumentar as despesas com a defesa, mas mencionou os aumentos de impostos, o aumento da dívida ou as poupanças noutras áreas como possíveis áreas.

O secretário-geral da NATO defende aliás que os parceiros da Aliança Atlântica invistam 5% do seu PIB na defesa até 2032, dos quais 3,5% seriam destinados a despesas militares puras, enquanto o restante seria investido em questões relacionadas com a defesa, como a proteção de infraestruturas ou a ciberdefesa.

O responsável da NATO referiu ainda que a defesa aérea e antimíssil, as armas de longo alcance e "grandes formações de manobra terrestre estão entre as principais prioridades" da organização transatlântica.

"Precisamos de mais recursos, mais forças e capacidades para estarmos preparados para enfrentar qualquer ameaça e implementar plenamente os nossos planos de defesa coletivos", afirmou.