Secretário-geral da NATO adverte para “erro de subestimar a Rússia”
Ucrânia
15 de nov. de 2022, 13:42
— Lusa/AO Online
“Todos saudamos os progressos que
as forças ucranianas fizeram nos últimos dias, em particular com a
libertação de Kherson. Tal deve-se à bravura e coragem das forças
ucranianas”, começou por referir Jens Stoltenberg, à chegada a uma
reunião de ministros da Defesa da União Europeia (UE).“Ao
mesmo tempo, acho que é importante que não cometamos o erro de
subestimar a Rússia”, advertiu então o secretário-geral da Organização
do Tratado do Atlântico Norte. Stoltenberg
observou que “a Rússia mantém capacidades militares significativas, um
elevado número de tropas”, e já foi possível constatar que “a Rússia
está disposta a sofrer elevadas perdas” durante esta sua agressão
militar à Ucrânia.Para sublinhar a ameaça
que a Rússia continua a constituir, o secretário-geral da Aliança
Atlântica acrescentou que também já foi possível observar, sobretudo nas
áreas que foram libertadas pelo exército ucraniano, “a brutalidade
exercida contra civis nesses territórios” ocupados pelas forças russas.“Por
isso, precisamos de continuar a prestar apoio à Ucrânia pelo tempo que
for preciso, ao nível de capacidades, mas também através do treino”,
defendeu.No dia em que o Conselho da União
Europeia lançou formalmente uma missão de assistência militar para
treinar até 15 mil efetivos das Forças Armadas ucranianas – hoje
discutida a nível de ministros da Defesa, depois de aprovada na véspera
pelos ministros dos Negócios Estrangeiros -, Stoltenberg desvalorizou o
facto de esta missão de treino (na qual Portugal participará) ser
lançada apenas agora, quase nove meses depois de a Rússia ter invadido a
Ucrânia, em fevereiro passado.Stoltenberg
enfatizou que os Aliados têm dado treino às forças ucranianas desde
2014, apontando que “sobretudo os Estados Unidos, o Reino Unido e o
Canadá” ministraram “treino significativo”, na própria Ucrânia, desde a
anexação ilegal da Crimeia pela Rússia, há oito anos, e a formação tem
prosseguido, fora do território ucraniano – só este ano já foram
treinados 10 mil efetivos no Reino Unido, assinalou -, e muitas vezes
com a participação de países que são membros da União Europeia.Defendendo
a importância de providenciar mais treino, “porque os ucranianos estão a
travar uma batalha sangrenta e extremamente desafiante”, o
secretário-geral da NATO saudou por isso “a decisão da UE de estabelecer
uma missão de treino para as forças ucranianas”, reforçando que tal
“complementa o que os aliados da NATO já têm feito” e que, advogou, se
revelou extremamente importante.“Dezenas
de milhares de tropas ucranianas já foram treinados por aliados da NATO e
isso ajudou os ucranianos a fazerem face à invasão da Rússia”, afirmou
Stoltenberg, antes de entrar para um almoço de trabalho com os ministros
da Defesa da UE, entre os quais a ministra Helena Carreiras, que
representa Portugal no Conselho em Bruxelas.