Secretário-geral da NATO acentua a importância de manter ajuda a Kiev
20 de dez. de 2024, 16:00
— Lusa/AO Online
"Nenhum
aliado da NATO tem a obrigação de chegar a acordos bilaterais de
segurança com a Ucrânia. Muitos aliados assinaram acordos [deste
género], outros ainda estão a negociar", frisou Rutte, durante uma
visita à Bulgária."Mas o importante é
garantir a continuação da ajuda militar à Ucrânia", acrescentou o
secretário-geral aos jornalistas durante uma visita ao campo de treino
militar, Novo Selo, onde está alojado um grupo de combate multinacional
com 3.000 militares, liderado pela Itália.Rutte
sublinhou ainda que a Bulgária está "também a ajudar a Ucrânia a
defender-se da agressão russa", agradecendo o apoio "para que Kiev possa
negociar a paz a partir de uma posição de força".O
futuro presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, exigiu no passado,
vezes sem conta, que os países europeus da NATO aumentassem as suas
despesas militares para, pelo menos, 2% do Produto Interno Bruto (PIB).Os
europeus e o Presidente ucraniano estão preocupados com a possibilidade
de suspensão da ajuda militar norte-americana à Ucrânia.Donald
Trump tem indicado repetidamente que pretende trazer a paz à Ucrânia,
prometendo fazê-lo "em 24 horas", mas sem nunca dizer como.A
Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de
proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o
país vizinho, independente desde 1991 - após o desmoronamento da União
Soviética - e que tem vindo a afastar-se da esfera de influência de
Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.A
guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os
lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande
escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo
que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da
fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.No
terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas confrontaram-se
com falta de soldados e de armamento e munições, apesar das reiteradas
promessas de ajuda dos aliados ocidentais, que começaram entretanto a
concretizar-se.As tropas russas, mais
numerosas e mais bem equipadas, prosseguem o seu avanço na frente
oriental, apesar da ofensiva ucraniana na Rússia, na região de Kursk, e
da recente autorização do Presidente norte-americano, Joe Biden, à
Ucrânia para utilizar mísseis de longo alcance fornecidos pelos Estados
Unidos para atacar a Rússia.As negociações
entre as duas partes estão completamente bloqueadas desde a primavera
de 2022, com Moscovo a continuar a exigir que a Ucrânia aceite a
anexação de uma parte do seu território.