Secretária de Estado defende que gestão integrada do mar tem de incluir regiões
11 de jun. de 2024, 08:55
— Lusa/AO Online
“Considero
que não é possível defender uma gestão integrada no mar nacional sem
nela incluir a participação ativa das suas regiões autónomas. É uma
impossibilidade a que chamaria técnica para não entrar em conceitos
jurídicos, a começar pelo facto de nos Açores e na Madeira o mar também
ser profundamente português, seja na história, na geografia, a
estratégia ou em qualquer outro ramo das políticas públicas a ele
associadas”, afirmou.Lídia Bulcão, natural
da ilha do Faial, falava em Angra do Heroísmo, na ilha
Terceira, nas cerimónias do 10 de Junho na região, que este ano tiveram
como tema o mar.Minutos depois de o Representante da República para os Açores, Pedro Catarino, ter apelado a
uma “cultura de diálogo e consulta” na gestão do mar entre os órgãos
regionais e nacionais, a secretária de Estado que tutela esta área
comprometeu-se com uma governação integrada.“Quero
deixar uma promessa de governação integrada, que vai mais longe do que
as matérias de gestão partilhada com as regiões autónomas e em que os
Açores podem representar um papel mais importante do que ser apenas uma
enorme parcela ordenada num plano de afetação regional”, apontou.“A
visão que aqui apresento não é a de um governo fechado sobre as suas
competências exclusivas, nem sobre as suas muitas pastas individuais.
Muito pelo contrário, a visão deste Governo da República, e em
particular a do ministério da Economia, em que a secretaria de Estado do
Mar está inserida, é uma visão holística, que se quer integrada e
integradora”, reforçou.Lídia Bulcão, que
era deputada à Assembleia da República quando foi criada a Lei de Bases
do Ordenamento e Gestão do Espaço Marítimo Nacional, que previa a gestão
partilhada do mar com as regiões autónomas, assumiu como prioridade
finalizar o Plano de Situação do Ordenamento do Espaço Marítimo
Nacional.“É de forma muito natural que
coloco nas prioridades da agenda da governação nacional do Mar
precisamente finalizar o Plano de Ordenamento do Espaço Marítimo
Nacional, com a aprovação do Plano de Situação do Espaço Marítimo dos
Açores, um capítulo essencial para o arquipélago e para o país, que está
há demasiado tempo por finalizar e que contamos ter concluído antes do
final do mês de julho”, avançou.A
secretária de Estado vincou ainda que “Portugal tem uma responsabilidade
especial perante o oceano”, lembrando que o país aderiu à Aliança
Internacional de Combate à Acidificação dos Oceanos.“Portugal
comprometeu-se a apresentar um plano de ação contra a acidificação do
oceano para o qual quer contar com a colaboração ativa dos Açores, numa
das muitas parcerias que espero podermos levar a cabo ao longo desta
governação”, salientou.