Secretária da Saúde lamenta que PS/Açores use dependências “como arma de arremesso político”
13 de jul. de 2023, 15:41
— Lusa
“Lamento
imenso que este tema seja utilizado nesta Assembleia não como forma de
união ou de corresponsabilização de todos os partidos, mas como arma de
arremesso político”, declarou a governante no terceiro dia do plenário
da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, que decorre na
Horta, na ilha do Faial.Mónica Seidi
respondia à deputada do PS Célia Pereira, que fez a primeira intervenção
política do dia sobre a problemática das dependências, considerando que
é “um fenómeno complexo que mais do que um problema de segurança
pública, é, em particular, um problema sociossanitário”.A
socialista exortou o executivo para que “disponibilize os recursos
necessários, financeiros, humanos, materiais, para um combate eficaz às
dependências, que permita travar” a “verdadeira epidemia que ameaça
alastrar” pela região.Na resposta, Mónica Seidi reafirmou que o problema das dependências é “extremamente grave”.“Nunca
da parte do Governo Regional houve vontade ou a assunção de negar que,
de facto, estamos perante um verdadeiro problema inclusive de saúde
pública, um problema socioeconómico e um problema que não deve ser usado
para fazer política de forma desresponsabilizada”, declarou.Perante
a intervenção de uma deputada “com competência na matéria”, a
secretária regional lamentou que o PS tenha perdido a oportunidade “de
se juntar ao Governo Regional e a todos os partidos” da Assembleia
Legislativa para efetivamente se lutar “contra um problema grave que
assola a Região Autónoma dos Açores”.“Estamos, efetivamente a correr atrás de um prejuízo” que tem vários anos, acrescentou.A
secretária regional considerou ainda não ser sério a deputada
socialista falar do relatório do Serviço de Intervenção nos
Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD) de 2021, lembrando
que diz na página 207 que nas regiões autónomas dos Açores e da Madeira
“as drogas sintéticas” são um problema desde 2012.“Portanto,
o problema das drogas sintéticas não chegou agora. Não. Chegou no ano
em que o PS enquanto poder, decidiu extinguir a Direção Regional de
Combate às Dependências. Isto é uma grande verdade, que devia
envergonhar o PS”, apontou.Mónica Seidi
também perguntou à deputada Célia Pereira que contributos deu, naquela
altura, enquanto técnica da área, para inverter a situação.Na
sua intervenção, a governante salientou também que a ‘task force’
criada pelo atual Governo Regional é “um bom exemplo da resolução do
problema em comunidade”, por incluir “quase 14 instituições da região”,
recusando aplicar “medidas avulsas” já que este é um problema que “não
se resolve nem num mês, nem em dois, nem em três”.“Não
venham aqui lançar pacotes de medidas avulsas, pôr os meios nas
instituições, desresponsabilizar o Governo, que foi isso que os senhores
fizeram ao longo de 24 anos. Ao longo de 24 anos
desresponsabilizaram-se e puseram dinheiro em cima das instituições para
combater o problema. Onde estava o Governo do PS nessa altura”,
questionou.