Secretária da Saúde garante que decisão sobre hospital modular foi sustentada tecnicamente
30 de jan. de 2025, 18:10
— Lusa/AO Online
“O Governo [Regional] não tomou
decisões sem as mesmas estarem sustentadas e não é uma teimosia nem da
direção clínica, nem da secretária regional da Saúde, como querem fazer
parecer. São decisões sustentadas tecnicamente e apoiadas”, afirmou a
titular da pasta da Saúde nos Açores, Mónica Seidi, em declarações aos
jornalistas.Na quarta-feira, o ex-vogal do
conselho de administração do Hospital do Divino Espírito Santo (HDES),
em Ponta Delgada, António Vasco Viveiros criticou a opção de construção
de um hospital modular, defendendo, em alternativa, a recuperação
daquela unidade de saúde, afetada por um incêndio no dia 04 de maio de
2024.“Como era possível recuperar o
hospital, e nós tínhamos consciência disso, é evidente que sempre tive
dúvidas técnicas relativamente à opção do modular”, disse durante uma
audição parlamentar, a pedido da bancada do PS.O
ex-administrador, que foi deputado do PSD, disse ainda que a opção pela
construção do hospital modular “foi decidida e proposta pela direção
clínica, foi assumida pela tutela, e não foi um processo que tenha sido
agendado para qualquer reunião do conselho de administração”.Questionada
sobre estas declarações, a secretária regional da Saúde do Governo
Regional de coligação (PSD/CDS-PP/PPM) disse que era “totalmente falso”
que os membros do conselho de administração não tivessem concordado com a
construção de um hospital modular.Segundo
a governante, a decisão já estava tomada, “pelo menos há duas semanas”,
quando António Vasco Viveiros integrou o conselho de administração, o
que, segundo o próprio, aconteceu a 23 de maio.“Lamento
a triste figura que foi feita e infelizmente foram ditas muitas coisas
que não correspondem à verdade”, vincou Mónica Seidi.Na
audição, António Vasco Viveiros disse que a então presidente do
conselho de administração, Manuela Gomes de Menezes, também não
concordava com a solução encontrada, mas a titular da pasta da
Saúde disse que foi a administradora a enviar-lhe o primeiro desenho do
hospital modular.“No dia 31 de maio de
2024, houve a segunda reunião do grupo de trabalho de acompanhamento da
recuperação do HDES. Nessa reunião, a dra. Manuela Gomes de Menezes
pronunciou-se à frente de todo o grupo de trabalho, dizendo que o
projeto do hospitalar modular era o projeto que o conselho de
administração queria que avançasse”, revelou.Mónica Seidi acrescentou que António Vasco Viveiros, presente nessa reunião, “não se manifestou contra o projeto”.“Podia
não concordar, mas, se quando ele chegou, essa já era a decisão, podia
não ter aceite o convite feito por mim para integrar o conselho de
administração”, reiterou.Segundo a
governante, a decisão foi “sustentada tecnicamente” e contou com o apoio
da Ordem dos Médicos e da Ordem dos Enfermeiros.“Inclusive,
tivemos peritos de fora que vieram avaliar a situação, nomeadamente o
presidente do conselho de administração do Hospital de Santa Maria,
tivemos as equipas de engenheiros do Hospital de Santa Maria que vieram à
região e continuarão a vir num futuro próximo para nos dar um apoio
técnico. Nenhum deles contestou as opções que tinham sido tomadas até ao
momento”, salientou.Quanto às alegações
do ex-vogal de que o hospital tinha condições para reabrir na totalidade
no final de agosto, a titular da pasta da Saúde disse que eram
declarações “infundadas e sem sustentabilidade técnica”, que tentavam
“pôr em causa toda a estratégia que tem vindo a ser desenvolvida”.“Não
tenho conhecimento de nenhum relatório que diga que era possível
reabrir o hospital em agosto e que bastaria uma verba irrisória de meio
milhão de euros para isso ser feito. Só a substituição integral de
deteção de alarmes e incêndios do HDES no mínimo custava meio milhão de
euros”, apontou. Mónica Seidi adiantou
que o processo de retoma da prestação de cuidados de saúde no espaço
físico do HDES ficará concluído no dia 05 de fevereiro.