Secretária da Educação dos Açores compromete-se com equidade de horários
4 de nov. de 2021, 11:04
— Lusa/AO Online
“Há
este compromisso que voltámos aqui a firmar de introduzirmos a equidade
nos horários de trabalho dos professores e dos educadores,
independentemente do ciclo e do nível de ensino”, afirmou a titular da
pasta da Educação nos Açores, Sofia Ribeiro.A
governante falava, em declarações aos jornalistas, em Angra do
Heroísmo, no final de uma reunião de cerca de três horas com o Sindicato
Democrático dos Professores dos Açores (SDPA) e depois de se ter
reunido também com o Sindicato dos Professores da Região Açores (SPRA).Os
docentes do pré-escolar e do 1.º ciclo nos Açores têm horários
diferentes dos professores dos restantes níveis de ensino e não têm
acesso às mesmas reduções por efeito de desgaste profissional, uma
situação que os dois sindicatos querem ver corrigida.Estas
foram as primeiras reuniões de um processo negocial com vista à revisão
de três diplomas: o estatuto da carreira docente, o diploma da criação,
autonomia e gestão das unidades orgânicas e o diploma da gestão e da
flexibilidade curricular ao nível da educação básica.Segundo Sofia Ribeiro, esta será a “primeira vez na região” que os três diplomas serão revistos “em interligação”.Para
além da negociação coletiva com os sindicatos, está previsto também um
diálogo com os partidos políticos com representação no Parlamento
açoriano, na tentativa de criação de um pacto de regime proposto pela
tutela.“Entendemos que, uma vez que
estamos a querer alterar o sistema educativo regional, para que possa
evoluir para um sistema mais consolidado, fará todo o sentido
integrarmos também os grupos parlamentares nessa discussão”, sublinhou a
governante.O objetivo, segundo Sofia
Ribeiro, é garantir que “as alterações que venham a ser introduzidas no
sistema educativo regional não fiquem apenas em vigor por um período
limitado de tempo, mas possam constituir uma estrutura sólida no
processo educativo regional”.Um mês e meio
depois do arranque do ano letivo, a secretária regional da Educação
admitiu que ainda existem vagas por preencher nas escolas da região.“As
escolas tudo estão a fazer. A secretaria regional está em articulação
com cada uma das escolas para nós podermos dirimir ao máximo esse
problema. Estamos a esgotar todos os mecanismos que estão ao nosso
alcance para podermos prover com toda a qualidade as aulas aos nossos
alunos”, apontou.Nas situações em que não
há candidatos a preencher as vagas, as escolas estão a tentar alocar
recursos “em efetividade de funções ou em projetos educativos” para dar
essas aulas.É precisamente a falta de
docentes que leva a tutela a avançar com a revisão destes diplomas, para
tornar a carreira mais atrativa.“O que
nós estamos a vivenciar hoje resulta de vários anos em que houve uma
clara falta de aposta no sistema educativo e na própria profissão
docente e é preciso reverter esse processo. Esse processo inicia-se
precisamente com a revisão destes diplomas sobre a base, a matriz
identitária da própria profissão”, frisou Sofia Ribeiro.A
governante sublinhou, no entanto, que o problema não é exclusivo dos
Açores, alegando que é “uma questão da própria atratividade da
profissão”.“Hoje são raríssimos os jovens
que dizem que querem ser professores. Precisamos efetivamente de
reverter essa situação. Não queremos escamotear a situação, nós temos um
real problema de falta de professores no todo do território nacional”,
reforçou.Questionada sobre a criação de
incentivos para fixação de docentes, reivindicada pelo SDPA, Sofia
Ribeiro disse que já foram criados incentivos financeiros, com medidas
como a criação de bolsas para frequência de mestrados e protocolos,
acrescentando que “as restantes serão vistas a seu tempo neste processo
negocial”.A secretária regional da
Educação comprometeu-se a trabalhar para que o processo seja
“agilizado”, mas disse que o mais importante é ser “bem conduzido” e
“sem pressas”.“Nós não temos pressas.
Perante a questão de quando é que prevê que este processo possa estar
concluído, nós temos muito mais interesse em que ele possa estar bem
consolidado e temos muito menos interesse no prazo da sua conclusão”,
apontou.