Scholz quer tornar Alemanha na maior força armada da Europa e mais poder na NATO
16 de set. de 2022, 10:14
— Lusa/AO Online
“Como a nação mais populosa, com o
maior poder económico e localizada no centro do continente, o nosso
exército deve tornar-se o pilar da defesa convencional da Europa, a
força armada mais bem equipada da Europa”, afirmou Olaf Scholz num
discurso perante os responsáveis das Forças Armadas unificadas alemãs
(Bundeswehr)A invasão russa da Ucrânia foi
um ponto de viragem para a política de defesa alemã, levando à criação
de um fundo especial de 100 mil milhões de euros para atualizar o
equipamento do exército e fazer uma renovação estratégica.“Um
antigo ministro da Defesa alemão achava que estávamos apenas 'cercados
de amigos'. A verdade é que a política, os negócios e grande parte da
sociedade acreditaram de boa vontade nesta tese e daí saíram importantes
conclusões”, lamentou o dirigente.“Conclusões
erradas, como sabemos hoje, especialmente se olharmos para o estado do
exército alemão”, acrescentou o líder social-democrata.“Queremos
mostrar com clareza e credibilidade que a Alemanha está pronta para
assumir a responsabilidade maior pela segurança do nosso continente”,
argumentou Scholz.Criticado pelo apoio
militar que prestou inicialmente a Kiev, considerado muito tímido, o
sucessor de Angela Merkel quer agora apostar também no aumento do poder
de defesa europeu, principalmente no âmbito da NATO (Organização do
Tratado do Atlântico Norte).“Nós,
europeus, devemos assumir muito mais responsabilidade dentro da NATO”,
sublinhou o chanceler, defendendo a criação de um “quartel-general
europeu” capaz de “realizar missões - seja uma retirada de cidadãos,
como no ano passado no Afeganistão, ou uma missão europeia de
aconselhamento ou formação, como no Iraque, Mali ou Níger”.Scholz
também pretende “usar as possibilidades já oferecidas pelos tratados da
União Europeia para confiar missões a um grupo de Estados-membros, uma
‘coligação de pessoas determinadas’” para facilitar possíveis ações
militares europeias.Para o chanceler
alemão, “o problema mais premente na Europa pode ser o número
completamente inextricável de sistemas de armas e equipamentos
militares, além da concorrência entre as várias empresas de armas”.“Só
um aumento coordenado das capacidades europeias permitirá à Europa
agir”, afirmou, atribuindo “particular importância ao domínio da defesa
aérea – coordenado a nível europeu e a funcionar como reforço do pilar
europeu da NATO”, concluiu.