Saúde do oceano tem de ser prioridade no ordenamento do espaço marítimo
12 de mar. de 2024, 18:52
— Lusa
As conclusões
constam de um estudo internacional publicado hoje na revista científica
“npj Ocean Sustainability”, coordenado por uma investigadora da
Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.Em
comunicado, a Faculdade de Ciências explica que o estudo identificou um
conjunto de 10 elementos-chave que promovem o desenvolvimento e a
implementação de processos de planeamento sustentáveis do uso do oceano,
desde logo, quatro princípios necessários para apoiar a tomada de
decisão.Além da prioridade à saúde do
oceano como estratégia fundamental, os investigadores entendem que as
políticas de ordenamento do espaço marítimo devem estar alinhadas com as
medidas no âmbito das alterações climáticas, integrando também
“conhecimento social e questões de equidade no desenvolvimento
colaborativo” dos planos.A visão do
ordenamento deve ser sistemática e integrada, acrescentam, reconhecendo a
“complexidade, as interações e as dinâmicas existentes na área de
gestão”.O estudo propõe ainda seis
caminhos operacionais que, em linha com os princípios identificados,
incluem a integração de conhecimento climático, a identificação de
soluções de adaptação e mitigação das alterações climáticas com base no
oceano e a promoção de um planeamento que seja flexível.“Apesar
de existirem processos de ordenamento do espaço marítimo a serem
desenvolvidos em mais de 75 países em todo o mundo, até à data não há
nenhum plano que tenha conseguido integrar as alterações climáticas de
forma abrangente”, sublinha a investigadora Catarina Frazão Santos,
citada em comunicado. O estudo recomenda
ainda o desenvolvimento de planos proativos que explorem cenários
futuros e que, apesar da flexibilidade, seja igualmente assegurada
alguma certeza jurídica.É ainda sugerida a
construção de narrativas, entre decisores políticos, o setor privado, a
sociedade civil e outras partes interessadas, de forma a “alterar
perceções sobre a importância da sustentabilidade do oceano e das
alterações climáticas”.Além de Catarina
Frazão Santos, participaram no estudo cientistas da África do Sul,
Austrália, Brasil, Canadá, Chile, Estados Unidos, Itália e Reino Unido.