SATA pediu auxílio ao Estado no valor de 163 milhões de euros
7 de jul. de 2020, 18:50
— Lusa / AO online
"As medidas implementadas no Grupo SATA
para debelar os impactos da pandemia são, contudo, insuficientes para
colmatar as necessidades de tesouraria que o Grupo enfrenta, sendo
necessária uma intervenção pública por parte do Governo da República.
Nesse contexto, foi solicitada a concessão de um apoio no montante de
cerca de EUR 163 M, destinado a prover as necessidades de liquidez até
ao final do corrente ano de 2020. Este apoio é a garantia para que o
Grupo SATA possa obter financiamento bancário", lê-se numa nota enviada
às redações. De acordo com a companhia aérea açoriana, as
"necessidades" que foram "identificadas e estimadas" pela empresa
"concentram-se em três áreas", nomeadamente "deficit de exploração
resultante da queda abrupta da procura, pagamento de dívida vencida a
fornecedores e amortização das linhas de financiamento bancário
anteriormente contratadas e já em situação pós-moratória". A
companhia aérea pública frisa, no entanto, que o valor "pode ser
reavaliado em função da evolução do surto de covid-19" e de "eventuais
exigências ao Plano de Desenvolvimento", e frisou que "este processo
permitirá ultrapassar esta fase difícil e implementar, de seguida, as
iniciativas para desenvolver todo o potencial do Grupo SATA". Na
mesma nota, o conselho de administração adianta que "remeteu uma
comunicação ao Governo Regional", acionista único da empresa, a "dar
conta, na forma do Plano de Desenvolvimento 20-25, do potencial do Grupo
SATA". O novo conselho de administração da transportadora
açoriana, que tomou posse em janeiro, comprometeu-se a apresentar um
plano estratégico e de negócios até ao final do primeiro trimestre do
ano, mas a pandemia da covid-19 obrigou a uma reavaliação do documento. "Este
processo foi iniciado em 2020 pelo atual Conselho de Administração, com
o objetivo de definir linhas de atuação operacionais, por forma a
potenciar receita e a otimizar custos", salienta a companhia aérea,
dizendo que a pandemia e "as consequentes medidas restritivas impostas
ao setor da aviação com o intuito de conter a proliferação" do novo
coronavírus "determinaram uma suspensão generalizada das atividades de
aviação, condicionando o seu processo de transformação". A SATA
vinca que "o contexto provocado pela pandemia teve um impacto muito
significativo" e, devido à "paragem quase total da atividade, foram
implementadas todas as medidas possíveis ao dispor da gestão, num
cenário em que a preservação da empregabilidade era fundamental". "Entretanto,
dada a situação financeira difícil em que Grupo empresarial se encontra
(fortemente agravada pelo impacto negativo da pandemia de covid-19) e
para permitir a sua operacionalização, são necessárias medidas públicas
de apoio no prazo imediato, em linha com a generalidade das companhias
aéreas na Europa", sublinha ainda a SATA.