SATA gastou mais de 40 ME no aluguer de avião A330 que parou em 2019
15 de mar. de 2021, 14:32
— Lusa/AO Online
Os
números constam de um ofício do Governo dos Açores, publicado esta segunda-feira e
enviado à Assembleia Regional em resposta a um requerimento entregue
pelos deputados do PSD, que pretendiam saber quais os custos que a
região teve com o aluguer daquele avião de longo curso.Segundo
as explicações do executivo, o contrato de ‘leasing’ e as reservas de
manutenção deste aparelho custaram à SATA - Azores Airlines um total de
24,6 milhões de euros em cinco anos (5,9 milhões em 2016, 7,6 milhões em
2017, 5,9 milhões em 2018, 4,3 milhões em 2019 e 835 mil euros em
2020), embora o avião só tenha operado nos três primeiros anos.A
estes montantes soma-se a antecipação do fim do contrato de aluguer do
"Cachalote", que ultrapassou os 16 milhões de euros (entre prestações
pagas em devido tempo e também uma indemnização na sequência de
negociações extrajudiciais por incumprimento dos prazos de liquidação da
dívida).Em 2019, a administração da SATA,
na altura liderada por António Teixeira, decidiu estacionar o Airbus
A330 no Aeroporto Sá Carneiro, no Porto, por entender que o avião parado
iria provocar menos prejuízos do que estando a operar."O
Airbus A330 parado, nas circunstâncias em que se encontra hoje, resulta
em metade dos prejuízos anuais acumulados no ano anterior", explicavam,
na altura, os administradores da companhia aérea açoriana, numa nota
enviada à comunicação social.Apesar dos
custos elevados com o aluguer deste aparelho, o atual Governo Regional,
liderado pelo social-democrata José Manuel Bolieiro, entende que estes
números agora revelados "não permitem comparar ou aferir sobre o
verdadeiro impacto económico e financeiro" desta operação."Existem
custos fixos e variáveis que não decorrem do contrato de locação do
A330, mas que influenciam o resultado final da operação e o seu impacto
no negócio da empresa", acrescenta o executivo, na resposta aos
deputados do PSD.Parte destes dados já
tinha sido disponibilizada aos deputados à Assembleia Legislativa dos
Açores, na anterior legislatura, mas apenas "para consulta em papel",
durante os trabalhos da Comissão Eventual de Inquérito ao Setor Público
Empresarial, por serem considerados "sensíveis", acompanhados de um
pedido de "confidencialidade".