SATA diz que decorrem "trâmites formais" do processo de auxílio
30 de jun. de 2020, 15:40
— Lusa/AO online
Questionado
pela agência Lusa sobre o processo de pedido de auxílio de Estado, o
grupo SATA considera que, “neste momento, ainda não se encontra na
posição de poder responder às questões colocadas com o detalhe
pretendido”. Segundo a operadora, o
processo “prossegue os seus trâmites formais, tendo sido considerado
prematuro adiantar cenários, antes da avaliação que possam fazer os
vários intervenientes no processo, designadamente, o acionista bem como a
própria Comissão Europeia”.O grupo SATA
confirmou na sexta-feira, em nota de imprensa, que solicitou ao Governo
Regional, como representante do acionista único da operadora, os Açores,
um pedido de auxílio de Estado, para ser “considerado no quadro de
ajudas extraordinárias previstas pela CE”.De
acordo com a transportadora aérea, foi desencadeado um “processo
formal, consistente e fundamentado”, que foi “já concluído pelo grupo
SATA”, tendo “sido entregue ao Governo Regional dos Açores a
documentação necessária à fundamentação do pedido de auxílio de Estado”.A
SATA fechou o ano de 2019 com prejuízos de 53 milhões de euros, valor
semelhante ao registado em 2018, mas com melhorias em ambas as
transportadoras aéreas do grupo (SATA Air Açores e Azores Airlines).As
companhias aéreas da Europa que eram deficitárias antes da covid-19 não
são elegíveis para receber apoios de Bruxelas ao abrigo do Quadro
Temporário da CE.Segundo o executivo
comunitário, o Quadro Temporário da CE prevê auxílios estatais para
apoiar a economia no contexto da pandemia da covid-19, tais como
subvenções diretas, benefícios fiscais seletivos e adiantamentos,
garantias estatais para empréstimos contraídos por empresas junto de
bancos, a par de empréstimos públicos subvencionados às empresas, entre
outras medidas.No caso da TAP, como
referiu o executivo comunitário, a companhia não foi "elegível para
receber apoio ao abrigo do Quadro Temporário da CE relativo aos auxílios
estatais", destinado a apoiar empresas que de outro modo seriam
viáveis, justamente devido à sua situação financeira anterior ao surto
da covid-19.Daí que a CE tenha avaliado a
medida ao abrigo das suas orientações relativas aos auxílios estatais de
emergência e à reestruturação, que “permitem aos Estados-Membros apoiar
empresas em dificuldade, desde que as medidas de apoio público sejam
limitadas no tempo e no âmbito e contribuam para um objetivo de
interesse comum”.A CE autorizou, assim, o
Governo português a conceder um empréstimo de emergência de 1.200
milhões de euros à empresa, sendo que, em contrapartida, as autoridades
portuguesas “comprometeram-se a que a TAP reembolsará o empréstimo ou
apresentará um plano de reestruturação no prazo de seis meses”.Após
a realização do pedido por parte da administração da SATA, o Governo
dos Açores terá de enviar para o Estado-membro, neste caso o Governo da
República, o processo, para que este seja submetido à CE, que tomará uma
decisão, à semelhança da TAP.