SATA admite "imprecisão" sobre empréstimo obrigacionista em relatório de 2018
14 de jan. de 2020, 10:04
— Lusa/AO Online
Na terça-feira, a agência Lusa e a
Antena1/Açores noticiaram que a SATA Air Açores, que opera dentro do
arquipélago, pagou cinco milhões de euros em "comissões iniciais" num
empréstimo obrigacionista de 65 milhões de euros contraído em dezembro
de 2018, de acordo com informações do Tribunal de Contas (TdC).No
relatório sobre a apreciação à Conta da Região de 2018, publicado
recentemente, o TdC refere que, de acordo com a informação divulgada no
anexo às demonstrações financeiras da companhia aérea, o empréstimo
obrigacionista, no montante de 65 milhões de euros e efetuado através do
Deutsche Bank, resultou no dispêndio de “cerca de cinco milhões de
euros só em comissões iniciais”.A SATA, em
esclarecimento enviado ao fim da tarde, diz que se "confirma" que a
"informação publicada na Resolução do Governo n.º 137/2018, que indicava
o valor de 450 mil euros referentes à comissão de montagem, foi fiel ao
que foi transmitido, à data".Contudo,
prossegue a empresa açoriana, "foram inexatos os termos posteriormente
utilizados no texto do Relatório & Contas de 2018, e que referiam,
incorretamente, um valor de cinco milhões de euros para comissões de
abertura de novos financiamentos". O
referido valor, "incorretamente designado de comissão, reportava à
diferença entre o preço de subscrição estabelecido e o valor nominal das
obrigações, dando origem ao prémio de emissão das obrigações", no
montante de cinco milhões de euros, "não existindo qualquer alteração da
comissão de montagem da operação, no valor de 450 mil euros, nem da
taxa de juro acordada de 2,7%".O
empréstimo dos 65 milhões de euros, contraído pelo período de 10 anos,
com aval do executivo regional, apresentava uma taxa de juro de 2,7%,
sendo o pagamento dos juros feito anualmente, de acordo com a ficha
técnica publicada em anexo à referida resolução.O
antigo administrador da TAP Luís Rodrigues foi indicado recentemente
pelo Governo dos Açores como o novo presidente da transportadora SATA,
tendo o novo conselho de administração da transportadora aérea tomado
posse no começo do ano.Luís Rodrigues
propôs dois novos administradores para o grupo, passando a administração
da transportadora a integrar também Teresa Gonçalves e Mário Chaves.Teresa
Gonçalves exercia as funções de diretora de Promoção e Defesa da
Concorrência na AMT – Autoridade da Mobilidade e dos Transportes,
enquanto Mário Chaves desempenhava funções no grupo Icelandair na área
da consultadoria operacional e de gestão.Licenciado
em Economia, Luís Rodrigues foi, entre junho de 2009 e dezembro de
2014, administrador executivo na ‘holding’ TAP SGPS e da TAP S.A
(negócio da aviação) e foi também presidente do conselho de
administração da TAP Manutenção e Engenharia Brasil e administrador
executivo na empresa SPdH – Serviços Portugueses de Handling, S.A.No ano passado, a SATA registou um prejuízo de 53,3 milhões de euros, um agravamento de 12,3 milhões face ao ano de 2017.A
empresa prepara atualmente um novo concurso para privatizar 49% da
Azores Airlines – ramo da SATA que opera de e para fora do arquipélago
-, após o primeiro ter sido cancelado devido à divulgação de informação
tida por sensível.