Sarkozy nega responsabilidade no financiamento ilegal da sua campanha de 2012
15 de jun. de 2021, 17:18
— Lusa/AO Online
"Coube
ao gestor da campanha organizá-la e a mim fazê-la. Sou conhecido por
delegar muita coisa. Não posso tratar de tudo", disse Sarkozy ao
Tribunal Correcional de Paris, durante o julgamento que terminará no dia
22 de junho."Tem
diante de si alguém para quem a política tem sido a sua vida durante 40
anos. Nunca vi uma campanha que não acelere", acrescentou o
ex-Presidente, para justificar o pesado calendário de eventos com os
quais tentou renovar o seu mandato.De
acordo com a acusação, o preço real dos quase 40 comícios organizados
pela empresa Bygmalion, que dá o nome ao caso, foi drasticamente
reduzido, e o resto foi pago pelo partido União por um Movimento Popular
(UMP, na sigla em francês) - mais tarde rebatizado como ‘Republicanos’ -
por acordos fictícios.A
campanha de Sarkozy gastou, no total, quase 43 milhões de euros, em
comparação com o limite máximo de 22,5 milhões de euros permitidos a um
candidato que passe a primeira volta.Sarkozy
afirmou ter aderido ao núcleo duro da sua organização no início de
2012, devido às suas funções presidenciais, e notou que não estava
encarregue de escolher a empresa ou as pessoas que trabalhavam para ele
ou ainda de verificar se tinham sido pagas, alegando que só descobriu o
Bygmalion em 2014.O
esquema de financiamento foi revelado, numa entrevista televisiva em
2014, pelo vice-diretor da campanha presidencial, Jérôme Lavrilleux.Dos
14 arguidos, 13 são acusados de diferentes graus de envolvimento no
esquema de dupla faturação e Sarkozy, que enfrenta até um ano de prisão e
uma multa de 3.750 euros, é o único a ser acusado por financiamento
ilegal de campanhas.Nicolas
Sarkozy, no mês de março, tornou-se o primeiro antigo Presidente a ser
condenado a uma pena de prisão, com uma sentença de três anos que foi
suspensa devido a um recurso para o Supremo Tribunal.