São Miguel prejudicada com nova configuração de cabos submarinos
10 de fev. de 2023, 18:45
— Lusa
Em
comunicado, o CISM explica que deliberou ainda
por unanimidade que, com a solução prevista para os novos cabos de
fibra ótica, a ilha de São Miguel é também “prejudicada” pelo “risco de
interrupção”.Para o CISM, “não ficou
demonstrada qualquer vantagem técnica de fazer a amarração primeiro na
ilha Terceira” e “a solução escolhida é a mais cara entre todas as
opções consideradas”.“Deverá assegurar-se
uma ligação de alto débito direta entre o Parque de Ciência e Tecnologia
de São Miguel – NONAGON e a estação terrestre de cabos submarinos”,
defende o CISM.O Conselho de Ilha
recomendou ainda “que se proceda a um estudo técnico que permita
encontrar soluções alternativas de emergência para as comunicações
interilhas”.O PSD/Açores considerou hoje
que a configuração proposta para os novos cabos submarinos de
comunicações será um projeto "bom para os Açores", com a ilha de São
Miguel a ficar com uma capacidade “50 vezes superior à atual”.Em
comunicado, o partido referia-se ao cabo submarino CAM
(continente-Açores-Madeira), que se prevê que entre primeiro na ilha
Terceira, seguindo depois para a ilha de São Miguel, onde ligará ao cabo
já existente para o arquipélago da Madeira.Para
o deputado regional do PSD Flávio Soares, quanto ao “ponto de saída
para o continente ser na Terceira ou São Miguel, corresponde a uma
diferença de 2 milissegundos, o que constitui um fator irrelevante”.O
parlamentar, que participou na reunião do CISM, destacou as vantagens
para a ilha de São Miguel do futuro cabo submarino de telecomunicações,
com uma capacidade “50 vezes superior à atual”.“Temos
de estar unidos para que a Região Autónoma dos Açores passe a ter um
cabo com capacidade quase 50 vezes superior à do atual, sendo que o
atual se pontua nos 135 Gigabits, enquanto o novo atingirá os 6,4
Terabytes”, sublinhou.O que interessa “é a
substituição rápida e eficaz e a atuação rápida e eficaz do Governo da
República na resolução deste problema para o qual estamos a caminhar a
passos largos para o seu tempo limite”, vincou o deputado do PSD/Açores.Em
23 de janeiro, a Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada
alertou que a configuração proposta para os novos cabos submarinos
“prejudica gravemente o potencial socioeconómico” de São Miguel, porque a
ilha fica sem ligação direta ao continente.Em
comunicado, a associação representativa dos empresários micaelenses
considerava “muito preocupante” que se realize uma “alteração estrutural
da configuração existente” dos cabos submarinos “sem “divulgar os
estudos técnicos que a suportam”, lembrando que a atual disposição “tem
funcionado bem”.Para a Câmara do Comércio e
Indústria de Ponta Delgada, a nova configuração é uma “solução errada”
porque “prejudica” São Miguel, a ilha com a “maioria do tráfego e das
infraestruturas digitais”.Em 13 de
janeiro, o Chega/Açores pediu esclarecimentos ao Governo Regional sobre o
“desvio” para a ilha Terceira da principal ligação de cabos submarinos à
região, questionando se a ilha de São Miguel perderá a ligação
submarina direta a Lisboa.Três dias
depois, o presidente da Câmara de Comércio de Angra do Heroísmo disse
que a opção de ligar o cabo submarino do continente português à ilha
Terceira foi “estritamente técnica”, acusando o deputado do Chega/Açores
de “bairrismo”.