São Miguel com recolher obrigatório e escolas encerradas a partir de sexta-feira
Covid-19
7 de jan. de 2021, 12:01
— Lusa/AO Online
Uma das medidas anunciadas pelo
secretário regional da Saúde e Desporto, Clélio Meneses, é “a limitação
de ajuntamentos na via pública a mais de quatro pessoas, desde que não
façam parte do mesmo agregado familiar”.Os cafés e restaurantes (incluindo nos centros comerciais) passam a ter de encerrar às 15h00, sendo que, durante esse período, só poderão estar à mesa no máximo quatro pessoas, salvo se do mesmo agregado familiar, e a partir das 15h00, só podem funcionar em serviço de ‘take away’ ou entrega ao domicílio.Quanto ao comércio local e aos centros comerciais, encerram às 20h00 durante a semana, e às 15h00 ao fim de semana, com exceção das farmácias, clínicas e consultórios e bombas de gasolina.Em conferência de imprensa, em Angra do Heroísmo, Clélio Meneses
anunciou também a “proibição de circulação entre as 23h00 e as 05h00 nos
dias de semana e a partir das 15h00 ao fim de semana”.Por
outro lado, haverá “obrigatoriedade de teletrabalho, sempre que as
funções e a atividade o permitam” para pessoas com mais de 60 anos ou
que tenham determinadas patologias e, no caso de não ser possível, será
obrigatório o “desfasamento de horário”.As
medidas entram em vigor às 00h00 de sexta-feira, mantendo-se durante o
período do novo estado de emergência, até 15 de janeiro, e serão
aplicadas apenas à ilha de São Miguel, onde se têm registado mais casos
de infeção pelo novo coronavírus, que provoca a doença covid-19.“Para
já, duram uma semana. Na sequência da evolução da pandemia e da
evolução legislativa que permitir tomar mais alguma medida, será
tomada”, avançou o secretário regional.O
decreto regulamentar aprovado, esta quarta-feira, em Conselho de
Governo, que será publicado em Diário da República, prevê “um conjunto
de exceções” para a deslocação de pessoas.Segundo
o secretário regional da Saúde, de acordo com um novo modelo de análise
alemão, apenas quatro concelhos nos Açores apresentam “alto risco” de
transmissão do novo coronavírus, com mais de 100 novos casos por 100 mil
habitantes nos últimos sete dias: Vila Franca do Campo, Ribeira Grande,
Lagoa e Ponta Delgada, todos na ilha de São Miguel.O concelho do Nordeste, também na ilha de São Miguel, apresenta “médio risco” e todos os restantes nos Açores “baixo risco”.O
executivo decidiu, no entanto, aplicar as medidas restritivas a toda a
ilha de São Miguel, já que mais de 50% dos concelhos da ilha estão em
“alto risco”.Questionado sobre os apoios
às famílias dos alunos cujas escolas irão encerrar, Clélio Meneses disse
que essa matéria estava a ser abordada pela vice-presidência do Governo
Regional, que tem a tutela da Solidariedade Social.“Estamos a preparar medidas que atenuem os constrangimentos familiares que estas medidas têm”, avançou.Quanto
à possibilidade de implementação de cercas sanitárias em São Miguel, o
presidente da Comissão de Acompanhamento da Luta Contra a Pandemia nos
Açores, Gustavo Tato Borges, disse que não seriam eficazes.“Em
quatro concelhos da ilha, a transmissão é alargada e é livre, digamos
assim, o que significa que se nós fizéssemos uma cerca sanitária a estes
quatro concelhos, não iríamos impedir que o vírus saísse, porque ele já
está a circular, e uma cerca sanitária em quatro concelhos move
recursos que são demasiado elevados”, justificou.Nas
ligações aéreas interilhas vai manter-se, por enquanto, a
obrigatoriedade de realização de teste de despiste à saída de São Miguel
e da Terceira para as restantes ilhas (excluindo entre estas duas
ilhas), mas a comissão pondera propor alterações.“Estamos
a avaliar a mais-valia da realização dos testes interilhas, tendo em
conta o custo das mesmas e a exigência da operação que é necessária”,
disse Gustavo Tato Borges, admitindo a possibilidade de a medida se
manter como está, de os testes deixarem de ser obrigatórios ou de
passarem a ser obrigatórios apenas à saída da ilha de São Miguel.