Santa Clara pode deslocar jogos da equipa para o continente
24 de set. de 2024, 10:38
— Lusa/AO Online
Em comunicado, a SAD dos
açorianos confirma que recebeu uma “proposta do Governo Regional no
sentido de regular a concessão do Estádio de São Miguel”, recinto
utilizado pelo Santa Clara, mas que é propriedade pública.“Considerando
que os termos colocados pelo Governo Regional não atendem aos
interesses de ambas as partes, a SAD respondeu oportunamente a essa
mesma proposta, aguardando desde então por nova posição da secretaria
regional”, lê-se no comunicado.No sábado,
em declarações à RTP/Açores, a secretária da Educação e Desporto, Sofia
Ribeiro, explicou que a proposta de concessão foi feita “mediante a
condição de investimento do clube na infraestrutura” e a “manutenção do
desporto de qualidade e a nível profissional”.“Esperamos
que a curto prazo possam estar já terminadas essas negociações.
Entendemos que é essa a melhor solução, em que há uma concessão com uma
responsabilização depois ao clube na gestão da própria infraestrutura e
com retorno para a região”, afirmou a secretária regional.Em
reação, o Santa Clara defende que um “acordo justo não pode passar pelo
investimento de apenas uma parte", sobretudo quando "está um direito
sobre uma estrutura por um período limitado no tempo”.“Vamos
ser claros: corremos o sério risco de assumir uma estrutura em más
condições, reabilitá-la mediante um enorme esforço financeiro e, depois,
devolvê-la em boas condições ao erário público”, atirou a SAD açoriana.O
Santa Clara alerta que a equipa profissional poderá ter de disputar os
jogos na condição de visitado no continente, caso não exista um
entendimento quanto aos termos da concessão.“Sublinhou
Sofia Ribeiro que espera ver este dossier resolvido a breve trecho. A
SAD também. Até porque a consequência terá impactos significativos, com a
possível necessidade de deslocar os jogos da equipa profissional para o
continente”, avisa.A SAD do Santa Clara,
liderada por Klauss Câmara e que tem Bruno Vicintin como acionista
maioritário, afirma que o investimento no recinto desportivo “pode, deve
e terá de ser feito também pelo Governo Regional”.“A
SAD nunca se escusou às suas responsabilidades e assim continuará, o
que, acreditamos, nos legitima para exigir igual postura por parte do
Governo Regional", acrescenta.O Estádio
de São Miguel correu o risco de não ser licenciado para a presente
temporada devido à necessidade de serem realizadas obras de melhoramento
do recinto público regional inaugurado em 1976, segundo reconheceu, em
maio, o presidente do clube e vogal da SAD, Ricardo Pacheco.