Sánchez garante que tem governo e família "limpos" de corrupção
22 de mai. de 2024, 14:38
— Lusa/AO Online
"A
única coisa que há é lodo", disse o socialista Pedro Sánchez, que voltou
a acusar o Partido Popular (PP, direita) e o Vox (extrema-direita) de
levarem para o debate político informações manipuladas, mentiras e
boatos das redes sociais que depois associações extremistas
judicializam, apresentando queixas na justiça."É
a máquina de lodo do senhor Feijóo e do senhor Abascal", afirmou, no
plenário do parlamento espanhol, referindo-se aos líderes do PP, Alberto
Núñez Feijóo, e do Vox, Santiago Abascal.Sánchez
disse ter a certeza de que em breve a justiça arquivará as queixas que
rganizações ligadas à extrema-direita apresentaram contra a sua mulher,
Begoña Gomez, por alegado tráfico de influências e corrupção.As
queixas "não dão sequer" para notificar Begoña Gomez como testemunha,
argumentou Sánchez, que garantiu que a atividade profissional da mulher é
"honesta, séria e responsável" e sublinhou que já por duas vezes o
organismo público competente se pronunciou pela inexistência de
conflitos de interesses neste caso.Sánchez
disse ainda que tanto ele próprio como a mulher estão disponíveis e até
"encantados" de declarar na comissão de inquérito criada pelo PP no
Senado espanhol sobre suspeitas de corrupção no governo, se a oposição
os chamar.O primeiro-ministro espanhol afirmou que também o Governo que lidera "está limpo".Um
tribunal de Madrid revelou em 24 de abril a abertura de um “inquérito
preliminar” por alegado tráfico de influências e corrupção de Begoña
Gomez, na sequência de uma queixa de uma organização conotada com a
extrema-direita baseada em alegações e artigos publicados em páginas na
Internet e meios de comunicação digitais. O
Ministério Público pediu no dia seguinte o arquivamento da queixa, por
considerar não haver indícios de delito que justifiquem a abertura de um
procedimento penal. Estão em causa
ligações da mulher de Pedro Sánchez a empresas privadas, como a
companhia aérea Air Europa, que receberam apoios públicos durante a
crise da pandemia de covid-19 ou assinaram contratos com o Estado quando
o marido era já primeiro-ministro.Sánchez,
que está à frente do Governo espanhol desde 2018, tem também sido
atacado por causa de uma investigação judicial a um assessor de um
ex-ministro socialista que alegadamente cobrou comissões ilegais a
vender máscaras durante a pandemia a entidades públicas, incluindo
governos regionais então nas mãos do Partido Socialista (PSOE).Este
caso levou à criação de comissões de inquérito no parlamento (tanto no
Congresso dos Deputados como no Senado), apoiadas pelos socialistas,
cujos trabalhos arrancaram em meados de abril.Sánchez falou pela primeira vez no plenário dos deputados sobre o caso que envolve a mulher, a pedido do PP.Foi
também a primeira vez que falou no parlamento depois de ter revelado
que ponderava demitir-se, em 24 de abril, no dia em que foi confirmada a
abertura do inquérito judicial que envolve Begoña Gómez.Sánchez
disse que ponderava deixar o cargo por causa da "máquina de lodo" da
direita e extrema-direita, afirmando-se vítima, ele a mulher, há anos,
de campanhas de desinformação e boatos. Passados cinco dias, disse que
continuaria no cargo.No debate no
parlamento, o líder do PP, Alberto Núñez Feijóo, pediu a Sánchez para
deixar de se vitimizar e dar "explicações claras" sobre a atividade
profissional da mulher.