Sánchez anuncia mais 3800 ME de ajudas e plano especial para retirar lodo
Espanha/Cheias
11 de nov. de 2024, 13:05
— Lusa/AO Online
As
ajudas anunciadas por Pedro Sánchez reforçam um primeiro pacote de
10600 milhões de euros aprovado pelo Governo de Espanha na semana
passada para responder a necessidades imediatas causadas pelas cheias
nas zonas afetadas, assim como para apoiar populações que perderam
património ou empregos e financiar a reconstrução de casas,
infraestruturas e empresas, entre outros aspetos.Os
apoios anunciados passam a abranger também o setor agropecuário,
apesar de as inundações, em que morreram mais de 220 pessoas, terem
atingido em especial zonas urbanas da província de Valência, no leste de
Espanha.Segundo a Associação Valenciana
de Agricultores, o temporal e as cheias de 29 de outubro tiveram
"dimensões catastróficas" e causaram perdas superiores a mil milhões de
euros no setor na região, por terem afetado plantações, infraestruturas,
máquinas, explorações de gado e viveiros.Sánchez,
que falava em Madrid após uma reunião do Conselho de Ministros, revelou
que as ajudas passam também a abranger o setor cultural, atendendo à
destruição causada pelas inundações em bibliotecas, livrarias ou centros
de atividades culturais.Para além destas
ajudas, o primeiro-ministro anunciou 500 milhões de euros para um "plano
de ação específico contra o lodo", uma vez que há ruas que continuam
com lamas e terra e é necessário desobstruir, limpar e reparar também
"quanto antes" as redes de saneamento básico e de fornecimento e
tratamento de água, retirando "milhares de toneladas de barro e
escombros", numa "tarefa descomunal".O
governo regional da Comunidade Valenciana pediu meios ao
resto do país para desobstruir de lodo e água a rede de saneamento e
evitar "problemas graves de saúde pública".O
presidente do governo valenciano, Carlos Mazón (Partido Popular,
direita), disse que a região precisa de "camiões de desobstrução da rede
de saneamento para evitar problemas graves de saúde pública" e que
pediu ajuda à maior confederação patronal de Espanha (CEOE) e às outras
comunidades autónomas.Mazón, como tem
feito nos últimos dias, voltou a queixar-se do Governo central de
Espanha, liderado pelos socialistas, garantindo que está a pedir estes
camiões a Madrid há três dias e "não chegam".O
temporal e as inundações de 29 de outubro fizeram pelo menos 222 mortos
no sudeste de Espanha, 214 dos quais na Comunidade Valenciana."O
objetivo do Governo de Espanha é que os municípios atingidos por esta
terrível tragédia se recuperem quanto antes e que tenham infraestruturas
mais resilientes às alterações climáticas", afirmou Pedro Sánchez.O
primeiro-ministro reiterou o compromisso de apoiar com todos os
recursos necessários e pelo tempo que for preciso a assistência às
populações, assim como a reconstrução das zonas afetadas e o
relançamento da economia da Comunidade Valenciana.“Estimamos
que as medidas aprovadas ajudem 400 mil
trabalhadores a manter os rendimentos, 30 mil empresários a reativar a
atividades e 100 mil lares a repor as necessidades básicas”, disse
Sánchez, que reconheceu que há ainda “muitas ruas por limpar, garagens
por drenar, muitas infraestruturas por reparar, muitas casas e empresas
que têm de restabelecer a normalidade”.