Salários de muitos portugueses impedem saída da pobreza
16 de jan. de 2023, 14:24
— Lusa/AO Online
Para
a CNJP, órgão dependente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP),
“alterar esta situação deverá ser um verdadeiro desígnio nacional que
mobilize a sociedade civil e as autoridades políticas”.“De
empresários e trabalhadores são exigidos esforços no sentido da
melhoria da produtividade e da formação profissional. Mas a valorização
dos salários também depende de uma mais justa repartição de rendimentos,
da atribuição de uma maior parcela desses rendimentos aos do trabalho”,
defendeu a Comissão presidida por Pedro Vaz Patto, numa nota a
propósito da conferência a realizar em Lisboa no dia 21 de janeiro,
subordinada ao tema “Salários Justos Contra a Pobreza – Trabalhadores e
Empresários Cristãos em Diálogo”.Para a
CNJP, importa “destacar a importância deste diálogo entre trabalhadores e
empresários cristãos”, no pressuposto de que “a comum inspiração nos
princípios da doutrina social da Igreja não pode deixar de traduzir-se
nalgumas formas de consenso”.“São da maior
relevância os princípios da doutrina social da Igreja que devem
inspirar a temática do salário justo como forma de superar a pobreza.
Esses princípios partem do primado da pessoa. A economia, a empresa e o
trabalho devem servir as pessoas, e não o contrário. A justiça do
salário não decorre necessariamente do consentimento das partes e das
regras do mercado”, acrescenta o comunicado divulgado esta segunda-feira.Segundo
a Comissão Nacional Justiça e Paz, “a criação e manutenção de postos de
trabalho é uma forma de concretizar a função social da propriedade
privada e o destino universal dos bens. No combate à pobreza, é
fundamental a criação de empregos justamente remunerados, mais do que a
atribuição de subsídios estatais”.A
Conferência Anual da CNJP é realizada sábado, no
Centro Cultural Franciscano, em parceria com a Cáritas Portuguesa,
Movimento de Trabalhadores Cristãos (LOC-MTC), Juventude Operária
Católica (JOC), Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE),
Ação Católica Rural (ACR) e o Movimento Católico de Profissionais
(Metanoia).“Rendimento Condigno em
Portugal” e “Salários Justos Contra a Pobreza” serão dois dos temas em
debate nos trabalhos abertos pelo bispo de Santarém e presidente da
Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana, José
Traquina.