"Há sempre espaço
e oportunidade para fazer mais e melhor. Nunca deixem de acreditar
nisso. Ainda assim, saio com sentimento de missão cumprida. [...] Saio
com a consciência e com o coração completamente tranquilos por ter dado o
meu contributo, profissional e enérgico, sempre para o melhor da TAP",
afirmou Antonoaldo Neves, numa carta dirigida à "família TAP". Antonoaldo
Neves agradece ao Conselho de Administração "pelo seu engajamento e
vontade de contribuir com a TAP", deixa "uma palavra especial de
gratidão ao David Neeleman e ao Humberto Pedrosa, pela oportunidade de
viver este desafio", a Fernando Pinto, que, com imensa bondade, o
integrou na família TAP, aos colegas da Comissão Executiva,
"profissionais de grande valor, e do C Level" e ainda aos portugueses,
em geral, que "tão bem" o acolheram bem como à família.Antonoaldo
Neves deixa a TAP na sequência do acordo entre o Governo e os
acionistas privados para a reorganização do quadro societário da TAP -
com a saída de David Neeleman - e será temporariamente substituído por
Ramiro Sequeira.Na carta, o presidente
executivo que liderou a TAP desde janeiro de 2018, sucedendo a Fernando
Pinto, deixa ainda "uma palavra de apreço e encorajamento ao Ramiro, que
saberá dar o seu melhor para motivar e criar as condições para que
todos possam contribuir para ultrapassar este desafio e dar um novo
futuro à nossa TAP". Sobre a sua saída,
anunciada pelo Governo em julho, Antonoaldo Neves considera que "são
movimentos normais no mundo empresarial". Em
relação à TAP, que terá que enfrentar um processo de reestruturação,
Antonoaldo Neves defende que o desafio que "tem pela frente é enorme",
manifestando "esperança de que um novo ciclo se iniciará, beneficiando
de tudo de bom que advém de 75 anos de história e do calibre que esta
equipa tem para enfrentar e ultrapassar desafios sem tamanho"."O
desafio que a TAP tem pela frente é enorme e, para além da alma, é
preciso muito foco e união. Tenho a esperança de que um novo ciclo se
iniciará, beneficiando de tudo de bom que advém de 75 anos de história e
do calibre que esta equipa tem para enfrentar e ultrapassar desafios
sem tamanho", lê-se no documento. Antonoaldo
Neves aproveita para recordar "muitas vitórias" alcançadas "nos últimos
anos", enumerando a renovação da frota, novos destinos, a duplicação da
satisfação do cliente, a reestruturação da ME (Manutenção e Engenharia)
Brasil, financiamento nos mercados financeiros internacionais, a
reestruturação da dívida, "diminuindo significativamente o seu peso e
aumentando a sua maturidade". "Contratámos
mais de 2.000 pessoas e assegurámos a paz social, não houve greves na
TAP desde a privatização. Passámos de 10,6 milhões de passageiros para
17,1 milhões, 80% dos quais são estrangeiros e, em 2019, fomos
escolhidos como a melhor empresa para trabalhar em Portugal",
acrescentou. Em 02 julho, quando anunciou o
acordo com os acionistas privados para o Estado ficar com 72,5% do
capital – e a saída de David Neeleman –, Pedro Nuno Santos tinha dito
que Antonoaldo Neves seria substituído “de imediato”.
O Estado português detém agora uma participação social de 72,5%, o
empresário Humberto Pedrosa 22,5% e os trabalhadores os restantes 5% do
grupo.