Saída da Turquia da convenção para prevenir violência contra mulheres é "mensagem perigosa", diz UE
21 de mar. de 2021, 12:44
— Lusa /AO Online
Num comunicado, o Alto Representante da União Europeia para a Política Externa, que defende que esta decisão de Ancara põe em perigo a proteção e os direitos das mulheres e raparigas naquele país, recordou que este pacto é o primeiro instrumento internacional juridicamente vinculativo para combater a violência contra as mulheres e a violência doméstica, "mais importante do que nunca" face ao aumento da agressão contra as mulheres como resultado da pandemia da covid-19 e dos numerosos conflitos, nos quais são as principais vítimas."Chegou o momento de mostrar liderança e intensificar os esforços globais para combater a violência contra mulheres e raparigas, e não de recuar. É por isso que só podemos lamentar profundamente e expressar a nossa incompreensão perante a decisão do Governo turco de se retirar desta convenção", advertiu Borrell."Esta decisão compromete a proteção e os direitos fundamentais das mulheres e raparigas na Turquia. Também envia uma mensagem perigosa a todo o mundo", acrescentou.O chefe da diplomacia europeia instou a Turquia a inverter esta decisão e a "voltar a aderir em breve à União Europeia na defesa dos direitos das mulheres e raparigas, um elemento fundamental dos direitos humanos, da paz, da segurança e da igualdade no século XXI".A Turquia retirou-se no sábado da Convenção de Istambul, um tratado pan-europeu para prevenir a violência contra as mulheres, assinado por 45 países há uma década.A partida, anunciada no jornal oficial do Estado, foi tomada por decreto emitido pelo Presidente turco Recep Tayyip Erdogan, islamista conservador, que tinha assinado o mesmo tratado quando era primeiro-ministro em 2011.