Autor: João Pedro Ferreira
A Santa Clara, Açores - Futebol, SAD reagiu com “surpresa” ao parecer favorável da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores (ALRAA) aos projetos de Partido Socialista (PS) e Chega relativos à gestão pública do Complexo Desportivo do Lajedo.
Em comunicado divulgado no seu sítio oficial, a SAD açoriana começou por esclarecer que o protocolo abrange, apenas, o campo de futebol sito no espaço, e não o complexo no seu todo, uma ideia disseminada por alguns dos intervenientes. De resto, assinalou que os alunos da Escola Secundária Domingos Rebelo continuam a poder usufruir do espaço durante as atividades letivas. E prosseguiu, sublinhando as mais-valias do acordo para a Região, por comparação com as que adviriam da “aplicação de um relvado sintético”.
“O protocolo assinado permitirá ao Governo Regional dos Açores (em cinco anos) uma poupança na ordem de 1.250 000 euros; a matemática é simples, e parece óbvio que tal representa um cenário mais favorável para os cofres públicos do que… gastar/investir cerca de 1 milhão de euros na aplicação de um relvado sintético”, como é pretensão do Clube União Micaelense, sobretudo “numa altura em que há tamanhas fragilidades em áreas tão sensíveis, como, por exemplo, a saúde”, pode ler-se na comunicação.
Por outro lado, ressalvou que sempre demonstrou abertura “para que o Torneio Internacional do União Micaelense” continuasse a ser disputado no Lajedo. Ainda assim, contestou tal necessidade, lembrando que “a quase totalidade dos torneios de futebol jovem ocorre em campos sintéticos”.
Na mesma comunicação, a SAD açoriana apelou à colaboração entre as entidades privadas e restantes clubes com os organismos públicos. “É tempo de as entidades privadas e demais clubes colaborarem com as entidades públicas e não se alimentarem apenas e tão só do erário público”.
Num outro âmbito, a SAD dos “encarnados” de Ponta Delgada reforçou que não recebe qualquer patrocínio da parte do Governo, “ao contrário do que foi dito no debate”, esclarecendo que o acordo entre ambas as entidades se resume a “um contrato de divulgação da palavra ‘Açores’”, algo que, no seu entender, se justifica tendo em conta o retorno em termos de projeção.
Nesse sentido, e em nota final, recordou o contributo que o clube tem dado à região não só a nível desportivo, como também financeiro.
“Hoje, o Santa Clara (...) paga mais de 5 milhões de euros anuais em impostos, tendo ultrapassado os 10 milhões de euros nos últimos três anos”, detalhou. E relembrou que o clube é o único que “paga cerca de 15.000 euros” para que a sua formação treine no Campo das Capelas.
Já em termos desportivos, destacou as proezas alcançadas pela equipa principal ao longo dos últimos anos, que elevam o nome dos Açores “pelo mundo fora”.
Recorde-se que, na passada sexta-feira, o Parlamento decidiu a favor de duas propostas, de Partido Socialista (PS) e Chega para que a gestão do Complexo continue na esfera pública.
Os socialistas defendiam que caberia ao Governo Regional garantir que a infraestrutura permanecesse “sob gestão pública, assegurando a sua plena utilização pela comunidade escolar, clubes e associações desportivas”, sustentando-se na “invalidade administrativa, com fundamento em ilegalidade, do protocolo de utilização do Complexo Desportivo do Lajedo”. Já o Chega, além de exigir a “gestão pública” defendia a “imediata revogação” do protocolo.