Ryanair termina operação para os Açores a partir de março
Hoje 12:01
— Nuno Martins Neves
Em comunicado de imprensa publicado no seu site oficial na internet, a companhia irlandesa explica que os Açores vão perder seis ligações, que transportam em média 400 mil passageiros. O fim da operação da Ryanair está marcado para o dia 29 de março de 2026. Nas justificações para esta decisão, a low-cost aponta as taxas aeroportuárias elevadas, definidas pela ANA Vinci, bem como a inação do Governo da República, concretizando no aumento de 120% das taxas ATC (controlo de tráfego aéreo, na sigla inglesa), e a taxa de viagem de 2 euros.A Ryanair aponta o dedo ao "monopólio da ANA", acusando-a de não ter um plano para o crescimento das "low-costs" o país, numa altura em que, dizem, vários aeroportos da União Europeia estão a baixar as taxas para aumentar o crescimento. Do Governo da República, a companhia irlandesa espera que "intervenha e garanta" que os aeroportos - principalmente os situados nos arquipélagos - beneficiem a economia portuguesa e não a empresa francesa Vinci.No rol de acusações, a Ryanair também se vira para a União Europeia, criticando as taxas ambientais impostas por Bruxelas que, no seu entender, prejudicam a competitividade de regiões ultraperiféricas, como os Açores.Citado na nota, o diretor comercial da Ryanair, Jason McGuiness, expressou o seu desapontamento com o fecho das ligações para os Açores."Estamos desapontados por o monopólio francês dos aeroportos, a ANA, continuar a aumentar as taxas aeroportuárias portuguesas para encher os seus bolsos, à custa do turismo e do emprego em Portugal – especialmente nas ilhas portuguesas. Como resultado direto destes aumentos de custos, não tivemos outra alternativa senão cancelar todos os voos para os Açores a partir de 29 de março de 2026 e realocar esta capacidade para aeroportos de menor custo noutras partes da vasta rede do grupo Ryanair na Europa. Esta perda de ligações de baixo custo para os Açores é o resultado direto de o operador francês de monopólio aeroportuário – a VINCI – impor taxas aeroportuárias excessivas em Portugal (que aumentaram até 35% desde a Covid) e das taxas ambientais anticompetitivas impostas pela UE, que isentam os voos de longo curso, mais poluentes, para os EUA e Médio Oriente, penalizando regiões periféricas da UE como os Açores. Após 10 anos de operações anuais da Ryanair, uma das regiões mais remotas da Europa perderá agora voos diretos de baixo custo para Londres, Bruxelas, Lisboa e Porto devido às elevadas taxas aeroportuárias da ANA e à inação do Governo português"