Ryanair reduz um avião na Madeira e diminui tráfego no Porto e em Faro em 2024
21 de nov. de 2023, 12:48
— Lusa/AO Online
“Infelizmente, estamos aqui para anunciar
cortes, porque fomos recentemente vítimas do monopólio da ANA/Vinci, que
aumentou de forma extraordinária as taxas aeroportuárias para o próximo
ano”, anunciou o presidente executivo da companhia aérea irlandesa,
Michael O’Leary, em conferência de imprensa, em Lisboa.A
Ryanair decidiu, assim, tirar um dos dois aviões na base da Madeira em
janeiro do próximo ano e reduzir o tráfego em Faro e no Porto, no
próximo verão.A ANA - Aeroportos de Portugal reviu a proposta tarifária
para 2024 nos aeroportos nacionais, propondo agora um aumento médio de
14,55% em termos globais, incluindo acertos de taxas não cobradas em
anos anteriores.Por aeroporto, a variação é
maior em Lisboa, com 16,98% (+2,29 euros), com o Porto a aumentar
11,92% (+0,92 euros), Faro a subir 11,35% (+0,88 euros) e Beja 8,77%
(+17,71 euros). Nos Açores proposta prevê uma subida de 7,47% (+0,57
euros) e na Madeira de 7,92% (+0,98 euros).O
presidente executivo da Ryanair realçou hoje que estes “aumentos
excessivos e injustificados” vão “prejudicar o turismo e os empregos em
Portugal, especialmente nas economias insulares da Madeira e dos
Açores”.O’Leary lamentou que em Portugal
não se esteja a congelar ou reduzir as taxas aeroportuárias, tal como
estão a fazer outros aeroportos europeus, para estimular o tráfego e a
recuperação do turismo pós pandemia de covid-19.A
Ryanair apelou, assim, à Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC)
para que intervenha, congelando os aumentos propostos pela gestora dos
aeroportos.Adicionalmente, Michael O’Leary
pediu também que o Governo português “reabra a concessão para o novo
Aeroporto do Montijo, para quebrar o monopólio da ANA”.Questionado
sobre as outras possibilidades de localização para o novo aeroporto que
estão a ser estudadas, o responsável da companhia irlandesa reiterou
que “a solução para Lisboa é o Montijo” e instou o Governo a resolver a
questão “de uma vez por todas”.Numa
conferência de imprensa com palavras duras apontadas ao Governo e à ANA,
a quem chamou várias vezes de “incompetentes”, Michael O’Leary disse
que o aeroporto de Lisboa podia crescer de 30 para 40 milhões de
passageiros com uma gestão diferente e acusou a multinacional francesa
Vinci de restringir propositadamente a capacidade na Portela.A
Ryanair já tinha fechado a base em Ponta Delgada, nos Açores, no
inverno deste ano, também como reação ao aumento dos preços da ANA.Relativamente
ao atraso nas entregas de aviões da Boeing, que levou a companhia aérea
a cancelar alguns voos a partir do final de outubro, Michael O’Leary
explicou que, das 57 unidades que estavam previstas, deverão receber 10 a
12 até ao Natal e um total de 40 até ao final de junho.“A
situação na Europa vai ficar difícil no próximo verão, vai haver menos
assentos disponíveis”, alertou o presidente executivo da Ryanair.