Autor: Lusa/AO Online
“Não há base para acusar a Rússia disto”, afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, numa conferência de imprensa telefónica, na qual considerou "estranha" a questão dos drones e criticou políticos europeus por culparem Moscovo “sem fundamento”.
O porta-voz da presidência russa lembrou o caso de um jovem detido na Europa por pilotar um drone, sublinhando que “não tinha qualquer ligação com a Rússia”, em resposta a declarações do chanceler alemão, Friedrich Merz, de que Moscovo poderá estar por detrás do envio de drones para a UE.
Também o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Alexander Grushko, lembrou que Varsóvia ignorou as propostas de consulta de Moscovo sobre matérias relacionadas com os drones.
Grushko criticou a Polónia por recorrer à NATO e ativar o artigo 4.º em vez de dialogar diretamente com a Rússia e avisou que “a Europa está a caminhar para uma escalada”, apontando o aumento da ajuda militar ocidental à Ucrânia.
O vice-ministro russo acusou ainda a NATO de realizar manobras “cada vez mais agressivas”, incluindo operações ofensivas e voos de bombardeiros perto das fronteiras russas.
Grushko denunciou que a política europeia está “claramente orientada para o confronto” com Moscovo, ilustrando a acusação com o aumento do número de manobras militares da Aliança Atlântica.
“A
natureza destes exercícios está a tornar-se cada vez mais agressiva.
Estão a ser realizadas operações ofensivas com desembarque de tropas,
estão a aumentar as atividades de espionagem aérea. A presença da
componente nuclear está a aumentar. Os bombardeiros estratégicos
norte-americanos estão a voar perto das nossas fronteiras", concluiu o
vice-ministro russo.