Rússia quer negociar o restabelecimento de ligações aéreas
19 de mai. de 2025, 12:27
— Lusa/AO Online
Os países não foram especificados oficialmente pelas autoridades russas.Segundo
a agência de notícias estatal TASS, trata-se de negociações com Estados
sobre ligações aéreas que foram interrompidas após o início da
guerra na Ucrânia.Citado pela TASS, o
diretor das Rosaviatsia, Dmitry Yadrov, anunciou que os ministérios dos
Negócios Estrangeiros, da Economia e dos Transportes da Rússia estão a
trabalhar em conjunto para desenvolver as ligações aéreas
internacionais."Estamos em diálogo com as
autoridades das companhias aéreas de vários países, uma vez que muitas
delas, que anteriormente interromperam os voos (para a Rússia), estão
prontas para os restabelecer", disse o diretor da agência de transportes
aéreos russa.Yadrov disse que as
companhias aéreas russas estão prontas para estabelecer ligações para
alguns "desses países", mas precisam de garantias de que vão receber um
serviço adequado e que não vão ficar sujeitas a restrições por causa
das sanções internacionais impostas após o início da guerra na Ucrânia.Atualmente, a Rússia tem voos diretos para 38 países, 17 dos quais são efetuados por companhias aéreas russas e estrangeiras.Devido à invasão russa da Ucrânia, em 2022, dezenas de países agiram contra a Rússia, cortando as ligações aéreas com o país.Além
dos países da União Europeia, a lista dos Estados que não efetuam estas
ligações aéreas inclui a Noruega, o Reino Unido e o Canadá.Em 28 de fevereiro de 2022, a Rússia também fechou o espaço aéreo a 36 países.Em 2023, a Rosaviatsia propôs às companhias aéreas nacionais a possibilidade de voos diretos para a Coreia do Norte.A
Rússia assinalou recentemente a intenção de produzir pelo menos 200
aeronaves até 2030 para compensar a retirada de aparelhos pertencentes a
companhias aéreas estrangeiras que deixaram o país e que foram
nacionalizadas.De acordo com a televisão
pública britânica BBC, a Rússia produziu apenas sete aeronaves entre o
início da guerra na Ucrânia, em fevereiro de 2022, e o final de 2024, em
comparação com 13 aeronaves em 2021.As
sanções também têm impacto na importação de componentes necessários para
o fabrico dos aviões sendo que as empresas russas foram obrigadas a
desmantelar parte da frota para reutilizar peças destinadas a reparar os
aviões em dificuldades.Para contornar as
sanções europeias, Moscovo importou, em 2023, componentes de aviões no
valor de dois mil milhões de dólares a uma empresa registada no Gabão.