Rússia queixa-se de ser alvo de campanha de ciberataques desde a invasão
Ucrânia
6 de jul. de 2022, 12:42
— Lusa/AO Online
“Atualmente,
devido à operação militar especial no território da Ucrânia, está a ser
levada a cabo uma campanha cibernética sem precedentes contra a
Rússia”, disse o diretor-adjunto do Centro Nacional de Coordenação de
Incidentes Informáticos, Nikolai Murashov citado pela agência noticiosa
TASS.Falando na conferência Infoforum na
cidade russa de Sochi, no Mar Negro, Murashov disse que desde o início
da guerra, designada oficialmente por Moscovo como uma “operação militar
especial”, os ciberataques às infraestruturas informáticas do país
aumentaram várias vezes.“Todos os dias, as
forças do serviço estatal para a prevenção e deteção de ciberataques
sobre recursos informáticos detetam uma média de mais de 200 ataques.
São realizados a partir de diferentes partes do globo e são claramente
coordenados”, disse Murashov, segundo noticiou a agência espanhola EFE.Murashov
acrescentou que os ciberataques visam perturbar as infraestruturas
informáticas, e aceder ilegalmente aos sistemas informáticos de
organizações e empresas em vários setores da economia do país.O
Centro Nacional de Coordenação de Incidentes Informáticos foi criado em
julho de 2018, por ordem do diretor-geral do Serviço Federal de
Segurança (FSB), Alexandr Bortnikov.A
Rússia tem sido frequentemente acusada pelo Ocidente de realizar ataques
cibernéticos e operações de desinformação para tentar influenciar a
política em alguns países, como os Estados Unidos ou o Reino Unido.Além
das forças convencionais, a Rússia recorre a um autêntico “exército” de
piratas informáticos (‘hackers’) para estas operações, segundo
denúncias que têm sido feitas na imprensa ocidental, as quais se
intensificaram desde a guerra na Ucrânia.Em
maio, o chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell,
acusou a Rússia de ter efetuado ciberataques contra uma rede de
comunicações por satélite uma hora antes da invasão da Ucrânia para
“facilitar a agressão militar”.O ataque
afetou também vários países da UE, além da Ucrânia, e constituiu “mais
um exemplo do padrão contínuo de comportamento irresponsável da Rússia
no ciberespaço”, disse Borrell na altura. Em
março, o presidente de uma empresa de segurança informática, a
CyberProof, Yuval Wollman, citado pelo canal norte-americano CNBC, disse
que as autoridades ucranianas estimavam que cerca de 400.000 ‘hackers’
se tinham voluntariado para ajudar a combater os ciberataques da Rússia.