Rússia promete vingar morte de general Kirillov num atentado em Moscovo
Ucrânia
17 de dez. de 2024, 16:01
— Lusa/AO Online
“As tentativas de
intimidar o nosso povo, de travar o avanço do exército russo e de
provocar o medo estão condenadas ao fracasso”, afirmou Medvedev, citado
pela agência espanhola Europa Press.Medvedv
avisou que a liderança militar e política da Ucrânia “enfrentará um
castigo inevitável” pelo assassinato do tenente-general Igor Kirillov e
de um seu assistente.Kirillov foi vítima
hoje de manhã de um atentado bombista em Moscovo reivindicado pelos
serviços especiais ucranianos, de acordo com fontes do Serviço de
Segurança da Ucrânia (SBU) citadas pelas agências noticiosas ucranianas
Ukrinform e UNIAN.As fontes sublinharam
que Kirillov “era um criminoso de guerra e um alvo completamente
legítimo” e denunciaram que “deu ordens para utilizar armas químicas
proibidas contra o exército ucraniano”.“O
castigo para os crimes de guerra é inevitável”, afirmaram as mesmas
fontes do SBU não identificadas pelas agências ucranianas.O
ataque ocorreu um dia depois de o SBU ter acusado Kirillov de alegada
responsabilidade na utilização de armas químicas na Ucrânia, no âmbito
da invasão desencadeada em fevereiro de 2022 por ordem do Presidente
Vladimir Putin.As autoridades russas estão a investigar o ataque como um caso de terrorismo.Medvedev, antigo presidente e primeiro-ministro da Rússia, acusou Kiev se estar a tentar “prolongar a guerra e a morte”.“Este
ataque terrorista é a morte do regime de [Stepan] Bandera”, afirmou,
referindo-se ao líder de extrema-direita da Organização dos
Nacionalistas Ucranianos, que esteve alinhado com movimentos fascistas e
nazis durante a Segunda Guerra Mundial.Medvedev
acusou que o regime ucraniano de estar “a tentar justificar a sua
existência fútil perante os seus senhores ocidentais”, numa referência
aos aliados da Ucrânia, incluindo Estados Unidos, União Europeia e Reino
Unido.“Percebendo a inevitabilidade da
sua derrota militar, está a desferir golpes cobardes e vis em cidades
pacíficas”, criticou, de acordo com a agência noticiosa russa TASS.Num
telegrama de condolências, Medvedev disse que Kirillov “era um líder
militar que se dedicava desinteressadamente” aos seus deveres e
descreveu-o como “uma pessoa decente, responsável e de confiança”.O
presidente da Duma (câmara baixa do parlamento federal), Vyacheslav
Volodin, também reagiu ao assassinato de Kirillov e denunciou “a
natureza criminosa do regime de Kiev”.Volodin
acrescentou que a Ucrânia “é um Estado terrorista liderado por um
presidente ilegítimo, um nazi”, em referência a Volodymyr Zelensky.A
Rússia invadiu a Ucrânia há quase três anos para “desmilitarizar e
desnazificar” o país vizinho, segundo justificou na altura Vladimir
Putin.Igor Kirillov, que morreu aos 54 anos, comandava as tropas de defesa radiológica, química e biológica desde abril de 2017.Estas
tropas são responsáveis pela luta contra os efeitos das armas
nucleares, radiológicas, biológicas e químicas, geralmente conhecidas
como armas de destruição maciça, e também por operações de segurança
civil em caso de acidente nuclear, bacteriológico, químico ou ambiental.