Rússia nega “categoricamente” massacre de civis em Busha
Ucrânia
4 de abr. de 2022, 11:23
— Lusa/AO Online
"Rejeitamos
categoricamente todas as acusações", disse o porta-voz do Kremlin,
Dmitri Peskov, a jornalistas, alegando que especialistas do Ministério
da Defesa russo encontraram sinais de “adulteração de vídeo” e de
“falsificações” nas imagens apresentadas pelas autoridades ucranianas
como prova de um massacre de civis atribuído à Rússia.O
chefe da Comissão de Investigação da Rússia, Alexander Bastrykin,
ordenou "uma avaliação judicial da provocação por parte da Ucrânia sobre
o homicídio de civis em Busha", indicou um comunicado deste órgão
responsável pelas principais investigações criminais no país."Para
desacreditar os militares russos, o Ministério da Defesa ucraniano
divulgou à comunicação social ocidental imagens filmadas em Busha, na
região de Kiev, como prova de um homicídio em massa de civis", refere.No
entanto, acrescenta, “de acordo com informações do Ministério da Defesa
russo, todos os materiais divulgados pelo regime de Kiev sobre os
crimes dos militares russos nesta localidade não correspondem à
realidade e são de natureza provocativa".Segundo
a mesma fonte, Bastrykin ordenou que fossem tomadas "medidas
exaustivas" para identificar todos os envolvidos e determinar se devem
ser processados por divulgar "informações falsas" sobre o exército
russo, crime introduzido no código penal russo após a invasão da Ucrânia
e passível de 15 anos de prisão.Imagens
nas televisões e jornais de dezenas de corpos em valas comuns ou
espalhados pelas ruas dos arredores da capital ucraniana, no fim de
semana, na sequência da retirada russa, estão a chocar os países
ocidentais.O número total de mortos ainda é
incerto, mas, segundo a Procuradora-Geral da Ucrânia, Iryna
Venediktova, os corpos de 410 civis foram encontrados nos territórios da
região de Kiev recentemente recapturados às tropas russas. O
presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou no domingo a Rússia de
cometer "genocídio" na Ucrânia, depois de o ministro dos Negócios
Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, ter denunciado o que descreveu
como "massacre deliberado".A União
Europeia, Espanha, Polónia, Alemanha, Reino Unido, França, Japão, Canadá
e Estados Unidos, entre outros, condenaram publicamente e defenderam
novas sanções à Rússia. Moscovo já tinha
anunciado a intenção de investigar o que considera uma "provocação"
destinada a "desacreditar" as forças russas na Ucrânia.