Rússia manifesta "grande preocupação" com mobilização de tropas dos EUA
Ucrânia
25 de jan. de 2022, 12:47
— Lusa/AO Online
"É com grande preocupação
que registamos estas ações norte-americanas", disse o porta-voz da
Presidência russa (Kremlin), Dmitry Peskov, citado pelas agências
noticiosas France-Presse (AFP) e a espanhola EFE.O
secretário da Defesa dos Estados Unidos da América (EUA) colocou cerca
de 8.500 militares em alerta máximo, prontos para serem mobilizados pela
NATO, se necessário, face ao aumento de receios de uma invasão da
Ucrânia pela Rússia, anunciou o Pentágono (Departamento de Defesa
norte-americano) na segunda-feira.Peskov disse que os Estados Unidos estão, “de facto”, a provocar uma “exacerbação das tensões”.O
porta-voz do Kremlin disse que a Rússia aguarda, esta semana, respostas
escritas dos Estados Unidos e da Organização do Tratado do Atlântico
Norte (NATO, na sigla em inglês) sobre as garantias de segurança
exigidas por Moscovo.Peskov referiu que o anúncio dos Estados Unidos de um alerta de tropas não tem qualquer relação com as negociações.“Na
sua fase atual, as negociações foram concluídas. Antes de podermos
compreender como vamos continuar, temos de receber o texto [das
respostas dos EUA e da NATO], que esperamos esta semana”, disse Peskov
na sua videoconferência de imprensa diária.As
garantias de segurança exigidas pela Rússia incluem o fim da expansão
da NATO, particularmente na Ucrânia e na Geórgia, a cessação de toda a
cooperação militar com Kiev e a retirada de tropas e armamento da
Aliança Atlântica para as suas posições anteriores a 1997.Peskov
recusou-se a comentar as possíveis respostas de Moscovo a uma recusa
dos Estados Unidos e da NATO em satisfazer as suas exigências.“Quando
tivermos as respostas, analisá-las-emos e afirmaremos a nossa posição”,
disse o porta-voz do Presidente da Rússia, Vladimir Putin.Os
países ocidentais acusam a Rússia de enviar um grande número de tropas
para a fronteira da Ucrânia com a intenção de invadir novamente o país
vizinho, depois de ter anexado a península ucraniana da Crimeia, em
2014.A Rússia nega quaisquer planos para
uma ofensiva, mas associa uma diminuição das tensões a tratados que
garantam que a NATO não se expandirá para países do antigo bloco
soviético.Estas exigências têm sido consideradas inaceitáveis na Europa e nos Estados Unidos.