Rússia faz novo ultimato às forças que defendem Mariupol
Ucrânia
19 de abr. de 2022, 11:33
— Lusa/AO Online
As forças ucranianas que ainda
resistem na cidade portuária, que tem estado sitiada pelo exército
russo, estão sobretudo concentradas numa fábrica e rejeitaram um
ultimato anterior.“Tendo em conta a
situação catastrófica que se desenvolveu na fábrica metalúrgica
Azovstal, para além de serem guiadas por princípios puramente humanos,
as Forças Armadas russas voltam a oferecer aos militares dos batalhões
nacionalistas e aos mercenários estrangeiros para cessarem as
hostilidades e deporem as suas armas a partir das 12h00”, anunciou o
Ministério da Defesa russo, citado pela agência espanhola EFE.“A
todos aqueles que depuserem as suas armas é garantida a preservação da
vida”, disse o chefe do Centro Nacional de Controlo de Defesa da
Federação Russa, o coronel-general Mikhail Mizintsev, numa declaração
divulgada pelo ministério.Mizintsev disse
que a Rússia “garante a todos” os que se renderem o “cumprimento de
todas as normas da Convenção de Genebra sobre o tratamento dos
prisioneiros de guerra, como já aconteceu com o pessoal militar das
Forças Armadas da Ucrânia que anteriormente se rendeu em Mariupol”.O
oficial russo apelou às autoridades de Kiev para que deem “instruções
apropriadas” aos militares em Maiupol para “pararem a resistência
insensata e deixarem o centro da resistência”, referindo-se à fábrica
Azostal.“Mas, percebendo que não receberão
tais ordens e comandos das autoridades de Kiev, instamo-los a tomar tal
decisão e a depor as armas”, disse Mizintsev, citado pela agência
oficial russa TASS.Se o ultimato for
aceite, o Ministério da Defesa russo propõe um cessar-fogo e um período
de duas horas, durante a tarde, para que “todos as unidades armadas
ucranianas, sem exceção, (…) e mercenários estrangeiros” saiam da
fábrica “sem quaisquer armas ou munições”.O
plano inclui a utilização de bandeiras em todo o perímetro da
metalúrgica Azostal – vermelhas para as forças russas e brancas para as
ucranianas – para indicar o início do cessar-fogo.“Não
provoquem o vosso destino, mas tomem a única decisão correta para
cessar as hostilidades e depor as armas agora, onde quer que os vossos
'patrões' vos forcem a lutar pelas ideias do nazismo”, avisou o oficial
russo.Mizintsev disse ainda que a proposta
russa será comunicada às Nações Unidas, à Organização para a Segurança e
Cooperação na Europa (OSCE,), ao Comité Internacional da Cruz Vermelha e
outras organizações internacionais.Antes
de ser divulgado o ultimato, o porta-voz dos separatistas apoiados pela
Rússia na região do Donbass, Eduard Basurin, disse que os grupos de
assalto se tinham deslocado para Azovstal para tentar desalojar as
tropas ucranianas após bombardeamentos de artilharia, segundo a agência
AP.A conquista de Mariupol é considerada
fulcral para o controlo russo da região do Donbass, onde se situam as
autoproclamadas repúblicas separatistas de Donetsk e Lugansk, que a
Rússia reconheceu antes de lançar a invasão da Ucrânia, em 24 de
fevereiro.Em declarações a um jornal
indiano, citadas hoje pela TASS, o ministro dos Negócios Estrangeiros
russo, Serguei Lavrov, disse que a Rússia está agora iniciar a “próxima
fase” da operação na Ucrânia, que “será um momento importante”.“A
operação no Leste da Ucrânia visa, como já anunciado desde o início, a
libertação completa das repúblicas de Donetsk e Lugansk”, afirmou
Lavrov.