Rússia fará o possível para minimizar consequências de novas sanções europeias

Ucrânia

18 de jul. de 2025, 12:25 — Lusa/AO Online

“É claro que será necessário analisar o novo pacote [de sanções] para minimizar as consequências”, reagiu o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, durante a habitual conferência de imprensa diária.“Mas, além disso, cada novo pacote acrescenta um efeito negativo para os países que se juntam a ele”, acrescentou, considerando que se trata de uma “arma de dois gumes”.“Declarámos repetidamente que consideramos estas restrições unilaterais ilegais e que nos opomos a elas”, disse Dmitri Peskov.No entanto, a Rússia “já adquiriu uma certa imunidade”, garantiu. “Adaptámo-nos à vida sob sanções”, acrescentou.A União Europeia (UE), caso o Presidente russo, Vladimir Putin, persista na sua ofensiva contra a Ucrânia, lançada em 2022, aprovou hoje em Bruxelas o 18.º pacote de sanções contra a Rússia por causa da invasão à Ucrânia, “um dos maiores”, que limita o acesso de bancos russos a financiamento e pretende “banir” os gasodutos.“A UE acabou de aprovar um dos maiores pacotes de sanções contra a Rússia até hoje”, escreveu a alta-representante para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Kaja Kallas, nas redes sociais.Kaja Kallas sustentou que as sanções “cortam ainda mais o orçamento de guerra do Kremlin e perseguem os mais 105 navios da 'frota fantasma', dos facilitadores, e limitam o acesso dos bancos russos a financiamento”.A ex-primeira-ministra da Estónia acrescentou que os gasodutos Nord Stream também “vão ser banidos” e que a indústria militar russa “será mais pressionada”, assim como as instituições financeiras chinesas que “permitem escapar às sanções” aplicadas até hoje.A UE também vai “bloquear a exportação de tecnologia utilizadas em 'drones' [os veículos aéreos sem piloto e tripulação que a Rússia tem utilizada para depauperar os sistemas de defesa antiaérea que a Ucrânia utiliza].Kaja Kallas anunciou que a UE também vai atingir a Rosneft, uma das maiores refinarias russas, localizada na Índia, e as pessoas que estão a “doutrinar as crianças ucranianas”.A alta-representante da UE para a diplomacia esperava a aprovação no início da semana, mas chegou três dias depois de ser ultrapassado um impasse com Bratislava por causa do fim da utilização do gás russo.A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, saudou a aprovação das sanções, considerando que é um golpe "no coração da máquina da guerra" da Rússia, que inclui os setores bancário, energético e da indústria militar.“Vamos continuar até Putin acabar com esta guerra”, completou.