Rússia excluída de Jogos Olímpicos e Mundiais por quatro anos
9 de dez. de 2019, 13:46
— Lusa/AO Online
De acordo com um porta-voz da AMA,
“a decisão foi tomada por unanimidade”, determina a exclusão da Rússia
dos Jogos Olímpicos de Verão Tóquio2020, de Inverno Pequim2022 e de
todos os campeonatos do Mundo, e prevê a possibilidade de os atletas
competirem sob bandeira neutra.A decisão,
tomada pelo comité da AMA que avalia o cumprimento dos regulamentos, é
passível de recurso para o Tribunal Arbitral do Desporto (TAS).Além
das competições olímpicas, o país ficará também impedido de participar
em competições mundiais durante quatro anos, incluindo a qualificação
para o Mundial de futebol de 2022, que decorrerá no Qatar.A
sanção hoje imposta não tem qualquer influência no Europeu de futebol
do próximo ano, competição que terá uma das suas sedes em São
Petersburgo como uma das cidade-sede, para a qual o país está
qualificado, por a UEFA não estar integrada na lista de entidades
organizadoras de grandes competições.De
acordo com a AMA, “os atletas que quiserem participar em Jogos Olímpicos
ou Paralímpicos, ou em qualquer outro evento abrangido pela decisão,
terão de provar que não estão envolvidos nos programas de doping
descritos no relatório McLaren, ou que as suas amostras não foram
falsificadas”.Em 18 de julho de 2016, a
AMA divulgou um relatório, elaborado pelo professor canadiano Richard
McLaren, segundo o qual o governo russo dirigiu um programa de dopagem
no desporto com apoio estatal, com participação ativa do ministro dos
Desportos e dos serviços secretos.Segundo o
relatório, o esquema abrangeu, entre outros eventos, os Jogos Olímpicos
Londres2012 e Sochi2014 (inverno), as Universíadas e os Mundiais de
atletismo de 2013.Desde então, o desporto
russo tem sido abalado pelo escândalo, que levou o Comité Olímpico
Internacional (COI) a colocar nas mãos das federações de modalidade a
decisão de autorizar os atletas a participar nos Jogos Olímpicos
Rio2016, mas sob bandeira neutra.O Comité
Paralímpico Internacional (IPC) tomou uma decisão mais radical,
proibindo a participação do país nos Jogos Paralímpicos Rio2016.A
AMA retirou, entretanto, por um período de quatro anos a licença à
Agência Antidopagem da Rússia (RUSADA), restituída em setembro de 2018
sob algumas condições.Em setembro passado,
a AMA acusou a Rússia de ter enviado dados aparentemente alterados, com
evidências claras de doping a serem apagadas seletivamente.Na
sequência deste episódio, um comité independente da AMA recomendou a
suspensão, por quatro anos, da Rússia de futuras competições desportivas
por falsificação de dados laboratoriais encaminhados para os
investigadores.