Rússia elogia independência de Orbán na escolha de parceiros da Hungria
Ucrânia
31 de jan. de 2022, 16:44
— Lusa/AO Online
“A posição independente da Hungria
na prossecução dos seus próprios interesses e na escolha dos seus
parceiros impõe-nos respeito”, disse o porta-voz do Kremlin
(Presidência) Dmitry Peskov no seu ‘briefing’ diário à imprensa, citado
pela agência de notícias espanhola EFE.Peskov
disse também que, “apesar de todas as tendências negativas ligadas” à
pandemia de Covid-19, a Rússia e a Hungria estão a avançar com o
desenvolvimento da sua cooperação económica e política bilateral.“Esperamos
que a visita de Orbán tenha lugar amanhã [terça-feira]. É uma visita
muito importante. Temos relações muito bem desenvolvidas com a Hungria”,
disse o porta-voz do Presidente russo, Vladimir Putin.Peskov
disse que as duas partes pretendem discutir tanto projetos económicos
como questões internacionais, incluindo “os problemas mais prementes da
agenda”, numa alusão à Ucrânia.O
ultranacionalista Orbán, que foi convidado pela oposição a cancelar a
sua visita a Moscovo, prometeu consultar os seus aliados da União
Europeia (UE) e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN)
antes de se deslocar à Rússia.A delegação
do Parlamento Europeu à Ucrânia também exortou Orbán a não quebrar a
unidade europeia no encontro com Putin, com quem o líder húngaro tem uma
relação estreita há anos.Ao contrário de
outros países da região do Leste, como a Polónia, Roménia e Bulgária, a
Hungria não manifestou claramente o apoio ao Governo de Kiev no seu
conflito fronteiriço com Moscovo.Recentemente,
o ministro dos Negócios Estrangeiros húngaro, Péter Szijjártó, disse
que a Hungria não apoiará as autoridades de Kiev enquanto continuarem a
discriminar a minoria magiar na Ucrânia, calculada em 150.000 pessoas.Segundo
relatos da imprensa citados pela EFE, Orbán quer reforçar a cooperação
económica com a Rússia antes das eleições cruciais de abril na Hungria,
nas quais a oposição tem uma hipótese de o expulsar do poder.A
Hungria quer aumentar as importações de gás russo, produzir a vacina
antivírus russa Sputnik no seu território e acelerar a construção da
central nuclear de Paks, que tem sido afetada por atrasos.A
Rússia tem sido acusada, desde finais de 2021, de reunir dezenas de
milhares de soldados na fronteira ucraniana em preparação de um ataque.O
Kremlin nega tais planos, ao mesmo tempo que exige garantias escritas
para a sua segurança, incluindo a rejeição da adesão da Ucrânia à NATO e
o fim da presença militar da Aliança Atlântica no Leste.