Rússia confirma ação de invasão terrestre e reivindica "sucesso" de operações
Ucrânia
24 de fev. de 2022, 18:38
— Lusa/AO Online
Até
agora, a Rússia apenas tinha admitido alguns ataques aéreos e com
mísseis contra bases ucranianas, tendo anunciado a destruição de 83
instalações militares no país vizinho.Pela
primeira vez desde o início da invasão, o porta-voz do Ministério da
Defesa, Igor Konashenkov, confirmou que as tropas russas entraram na
Ucrânia, informando que avançaram em direção à cidade de Kherson, a
noroeste da Crimeia.Kherson
está situada no reservatório que fornece a maior parte da água doce
para a Crimeia até que a Ucrânia o substituiu por uma barragem, em 2017,
em resposta à anexação da península ucraniana da Crimeia por Moscovo,
em 2014.O
porta-voz disse que as Forças Armadas russas cumpriram "com sucesso"
todos os objetivos estabelecidos para o primeiro dia de invasão."Todas
as tarefas atribuídas aos grupos militares das Forças Armadas da
Federação Russa para este dia foram coumpridas com sucesso",, disse
Konashenkov.A
Ucrânia reconheceu que 13 civis e nove soldados foram mortos hoje na
região de Kherson, que está parcialmente controlada por forças militares
russas.As
autoridades de Odessa registaram a morte de pelo menos 22 pessoas, como
resultado de um ataque aéreo russo contra uma sua unidade militar na
região.Horas
antes, a Presidência ucraniana tinha noticiado a morte de mais de 40
soldados, durante os ataques contra aeródromos e bases militares no seu
território.De
acordo com Alexei Arestovich, assessor presidencial, a maioria das
vítimas morreu durante o bombardeamento aéreo desta manhã, mas os
ataques não terão conseguido minar o potencial defensivo das Forças
Armadas.A
Rússia lançou esta madrugada uma ofensiva militar em território da
Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias
cidades, que já provocou pelo menos meia centena de mortos, 10 dos quais
civis, em território ucraniano, segundo Kiev.O
Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar
especial" na Ucrânia visa "desmilitarizar e desnazificar" o seu vizinho e
que era a única maneira de o país se defender, precisando o Kremlin que
a ofensiva durará o tempo necessário, dependendo dos seus "resultados" e
"relevância".O
ataque foi de imediato condenado pela generalidade da comunidade
internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos,
incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte
(NATO), União Europeia (UE) e Conselho de Segurança da ONU.