Rússia bombardeia teatro de Mariupol onde estavam centenas de civis
Ucrânia
16 de mar. de 2022, 18:30
— Lusa/AO Online
A Rada
(parlamento) da Ucrânia indicou que no interior do teatro, que ficou
reduzido a escombros, se tinham refugiado dos bombardeamentos muitos
civis e que se desconhece se há sobreviventes, porque nas imediações do
edifício decorre uma intensa batalha e ninguém consegue entrar na zona.O
vice-presidente da câmara de Mariupol, Serhiy Orlov, indicou que no
teatro estavam abrigadas entre 1.000 e 1.200 pessoas, mas que neste
momento não há ainda números relativos a vítimas.O
ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, declarou
que se trata de “outro horrível crime de guerra” cometido pela Rússia em
Mariupol e que o edifício do teatro “está completamente destruído”.“Houve
um maciço ataque russo ao Drama Theater, onde estavam refugiados
centenas de civis inocentes”, escreveu o ministro na rede social
Twitter, acrescentando, em tom irónico, que “os russos não podiam saber
que era um refúgio civil”.A situação é
desesperada desde há dias em Mariupol, uma estratégica cidade portuária
ucraniana na costa do mar interior de Azov, localizada entre a península
da Crimeia (anexada pela Rússia em 2014) e o leste separatista de
Donbass, pelo que a sua conquista é um objetivo prioritário das tropas
russas.A Rússia lançou na madrugada de 24
de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou já a fuga de 4,8
milhões de pessoas, mais de três milhões das quais para os países
vizinhos, de acordo com os mais recentes dados da ONU – a pior crise de
refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). A
invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade
internacional, e muitos países e organizações impuseram à Rússia sanções
que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.A
guerra na Ucrânia, que entrou hoje no 21.º dia, causou um número ainda
por determinar de mortos e feridos, que poderá ser da ordem dos
milhares.Embora admitindo que “os números
reais são consideravelmente mais elevados”, a ONU confirmou hoje pelo
menos 726 mortos e 1.174 feridos entre a população civil, incluindo
várias dezenas de crianças.