Rússia anuncia que continua a retirada militar na península da Crimeia
Ucrânia
17 de fev. de 2022, 10:57
— Lusa/AO Online
"As unidades do
distrito federal do sul que completaram a sua participação nas manobras
táticas, nas bases na península da Crimeia, estão a regressar às suas
bases, por via ferroviária", afirmou o Ministério da Defesa russo às
agências de notícias russas.A televisão
pública russa mostrou um comboio carregado de camiões militares a
atravessar a ponte que liga a Crimeia ao território russo."Polícias
militares de trânsito escoltaram cerca de 10 comboios militares com
grandes cargas, pesadas e perigosas", referiu a agência de notícias
oficial TASS, citando um comunicado do distrito militar do sul.Parte
da coluna militar passou pela via de Tavrida, pelo estreito de Kerch
sobre a ponte da Crimeia, que liga a península à Rússia continental,
acrescentou a mesma nota.A agência de
notícias russa Interfax informou, por seu lado, que um novo comboio com
equipamento militar também deixou a Crimeia.“Outro
comboio com equipamento militar das unidades do distrito militar do sul
atravessou a ponte da Crimeia a caminho do posto de controlo após a
conclusão dos exercícios planeados”, referiu o Ministério da Defesa
russo, citado pela Interfax."Os
integrantes desta unidade carregaram veículos blindados - tanques,
veículos de combate de infantaria e instalações de artilharia
autopropulsada em plataformas ferroviárias em estações de carga",
acrescentou.No dia anterior, o Ministério
da Defesa russo já tinha divulgado vídeos que mostravam uma coluna
composta por veículos de combate de infantaria, veículos de combate
aéreo, tanques e armamento a cruzarem a ponte da Crimeia, bem como
unidades de tanques do distrito militar oeste, também na fronteira com a
Ucrânia, a saírem das áreas onde decorriam os exercícios militares.Após
semanas de um agravamento do clima de tensão entre Moscovo e o
Ocidente, a Rússia, que sempre negou qualquer plano de invasão da
Ucrânia, anunciou nos últimos dois dias a retirada de uma parte das suas
tropas.Um recuo que o Ocidente encarou
com desconfiança, com os Estados Unidos da América (EUA) a acusarem
Moscovo de ter reforçado a sua presença militar.A
tensão entre Kiev e Moscovo aumentou desde novembro passado, depois de a
Rússia ter estacionado mais de 100.000 soldados perto da fronteira
ucraniana, o que fez disparar alarmes na Ucrânia e no Ocidente, que
denunciou os preparativos para uma invasão daquela ex-república
soviética.Em dezembro, a Rússia exigiu
garantias de segurança por parte dos EUA e da NATO para impedir que a
Aliança Atlântica se expandisse mais para o leste e estacionasse armas
ofensivas perto de suas fronteiras.Desde
então, têm sido desenvolvidos intensos esforços diplomáticos para tentar
diminuir o clima de tensão e impedir uma escalada militar, com vários
representantes ocidentais a visitarem, nas últimas semanas, as capitais
da Ucrânia e da Rússia.