Rússia anuncia mais sanções a representantes da UE e Estados-membros
17 de jan. de 2023, 17:15
— Lusa
"Em
resposta às ações inamistosas, a lista de representantes das
instituições europeias e dos Estados-membros da UE" que estão proibidos
de entrar na Rússia foi alargada, comunicou o Ministério dos Negócios
Estrangeiros russo.A diplomacia russa
revelou, em comunicado, sem dar nomes, que é visada "a liderança dos
organismos encarregados da aplicação da lei dos países da UE envolvidos
na preparação das Forças Armadas da Ucrânia como parte da missão
europeia de prestar assistência militar à Ucrânia".Incluídas
na lista passam a estar também instituições europeias e estruturas
comerciais comunitárias "que produzem e fornecem armas e equipamento
militar" a Kiev e "cidadãos de Estados da UE que se dedicaram de forma
sistemática à retórica antirrussa".A
indicação mais precisa no comunicado do ministério russo é a de que as
restrições também se “aplicam a membros do Parlamento Europeu".Moscovo
afirma que "a UE continua a tentar pressionar a Rússia através de
restrições unilaterais", referindo-se aos vários pacotes de sanções
adotados pelos 27 do bloco europeu."Consideramos
tais ações da UE ilegítimas e entendemos que violam prerrogativas
legais internacionais do Conselho de Segurança da ONU", sustentou
Moscovo.O Governo russo considera que o
Parlamento Europeu "também persegue uma linha agressiva antirrussa"
tendo adotado em novembro uma resolução reconhecendo a Rússia como
Estado patrocinador do terrorismo."Mais
uma vez foram demonstrados os duplos padrões da comunidade política
ocidental, que desde 2014 fechou os olhos às mortes dos residentes do
Donbass [leste ucraniano] pelas forças de segurança de Kiev", disse
ainda o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo.A
ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na
Ucrânia foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que
tem respondido com apoio militar, financeiro e humanitário a Kiev e a
imposição a Moscovo de sanções políticas e económicas sem precedentes.A
guerra causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas – 6,5
milhões de deslocados internos e mais de 7,9 milhões para países
europeus -, segundo os mais recentes dados da ONU, que classifica esta
crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial
(1939-1945).Neste momento, 17,7 milhões
de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de
ajuda alimentar e alojamento.A ONU
apresentou como confirmados desde o início da guerra 7.031 civis mortos e
11.327 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos
reais.