Rússia alerta NATO para risco de guerra nuclear total
Ucrânia
12 de mai. de 2022, 10:56
— Lusa/AO Online
O
alerta, feito pelo vice-presidente do Conselho de Segurança russo,
Dmitri Medvedev, surgiu no dia em que o Presidente e a primeira-ministra
finlandeses divulgaram o seu apoio à adesão da Finlândia à Organização
do Tratado do Atlântico Norte (NATO).Medvedev
não menciona a possibilidade de a Finlândia e a Suécia poderem aderir à
NATO, mas acusa os países da Aliança Atlântica de estarem a aumentar o
risco de uma guerra total com o seu apoio militar à Ucrânia na guerra
com a Rússia.“Os países da NATO a fornecer
armas à Ucrânia, a treinar as suas tropas para utilizar equipamento
ocidental, a enviar mercenários e os exercícios por países da Aliança
perto das nossas fronteiras aumentam a probabilidade de um conflito
direto e aberto entre a NATO e a Rússia, em vez da ‘guerra por
procuração’ que estão a travar”, escreveu Medvedev na rede social
Telegram.No texto, citado pela agências
russa TASS e espanhola EFE, Medvedev avisa que “um tal conflito tem
sempre o risco de se transformar numa verdadeira guerra nuclear”.“Este será um cenário catastrófico para todos”, disse o ex-Presidente (2008-2012) e ex-primeiro-ministro da Rússia (2012-2020).Medvedev,
um aliado do líder russo, Vladimir Putin, acusou ainda o Ocidente de
cinismo e de colocar no “topo da agenda” internacional a “tese de que a
Rússia assusta o mundo com um conflito nuclear”.Por
isso, referiu, o Ocidente não deve enganar-se a si próprio ou os
outros, mas “pensar nas possíveis consequências dos seus atos”.Medvedev
reafirmou a acusação ao Ocidente de travar uma guerra por procuração
contra a Rússia na Ucrânia, como já tinha feito quando criticou os
Estados Unidos de estarem a fornecer ajuda militar “sem precedentes” a
Kiev.Além de sanções económicas sem
precedentes contra a Rússia, mais de 25 países, incluindo Portugal, já
anunciaram o envio de material militar para a Ucrânia, num esforço
conjunto para ajudar Kiev a resistir e a fazer recuar a invasão russa,
iniciada em 24 de fevereiro.O objetivo de travar a expansão da NATO a leste foi um dos argumentos usados pela Rússia para entrar em guerra com a Ucrânia.Antes
da invasão, a Rússia exigiu a proibição da entrada da Ucrânia na NATO e
o recuo de tropas e armas da Aliança Atlântica para as posições de
1997, antes do alargamento a leste.A
guerra na Ucrânia levou, no entanto, a Finlândia e a Suécia a ponderar o
abandono da sua neutralidade histórica para aderir formalmente à NATO.