Rússia adverte para nova escalada com exercício nuclear da NATO
Ucrânia
14 de out. de 2024, 12:45
— Lusa/AO Online
“No
contexto da guerra aberta que está a ser travada no âmbito do conflito
ucraniano, estes exercícios não conduzem a mais do que uma escalada da
tensão”, declarou o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov,
citado pela agência espanhola EFE.As
relações entre Moscovo e a Aliança Atlântica estão particularmente
tensas devido à invasão da Ucrânia pela Rússia, em fevereiro de 2022.As
manobras da NATO (sigla em inglês da Organização do Tratado do
Atlântico Norte) surgem numa altura em que a Rússia anunciou uma
reformulação da sua doutrina nuclear, referiu a agência espanhola Europa
Press.Segundo o Presidente russo,
Vladimir Putin, a nova doutrina prevê uma resposta nuclear a um ataque
convencional, referindo-se a uma possível autorização ocidental para a
Ucrânia utilizar mísseis de longo alcance contra alvos na Rússia.A
Ucrânia tem pedido repetidamente ao Ocidente autorização para utilizar
mísseis de longo alcance de fabrico ocidental contra alvos em território
russo, um pedido ao qual ainda não obteve uma resposta positiva.A
Rússia realizou no início do mês o primeiro teste do sistema nacional
de alerta público em antecipação de uma possível autorização ocidental à
Ucrânia.O teste foi realizado em todas as regiões federais da Rússia, anunciou na altura o Ministério das Situações de Emergência russo.O
novo secretário-geral da NATO, Mark Rutte, confirmou no final da semana
passada que as manobras começariam hoje, como planeado.“Num mundo incerto, é vital que ponhamos à prova a nossa defesa”, justificou Rutte.Trata-se do exercício nuclear “Steadfast Noon”, de duas semanas, que envolve mais de 2.000 militares, mas sem armas reais.O
exercício anual realiza-se em outubro e este ano consistirá
principalmente em voos sobre vários países da Europa Ocidental, informou
a NATO num comunicado. Participarão oito
bases aéreas e 13 países enviarão diferentes tipos de aviões, incluindo
aparelhos capazes de transportar ogivas nucleares, bombardeiros, caças
de escolta, aviões de reabastecimento e aviões capazes de fazer
reconhecimento e guerra eletrónica.O
exercício deste ano inclui voos principalmente sobre os países
anfitriões, a Bélgica e os Países Baixos, e no espaço aéreo da
Dinamarca, do Reino Unido e do Mar do Norte.