Rússia admite não ter a certeza sobre número de infetados no país
Covid-19
24 de mar. de 2020, 18:59
— Lusa/AO Online
“O problema é que o volume de
testes é muito baixo e ninguém tem uma imagem clara” da realidade na
Rússia como se tem no resto do mundo, disse o presidente da câmara
municipal de Moscovo, Sergei Sobyanin, que lidera o grupo de trabalho de
combate à pandemia, na sequência de uma reunião com o Presidente
Vladimir Putin, no Kremlin.O chefe de
Estado russo garantiu, várias vezes na semana passada, que a situação
está sob controle no país, criticando a crise vivida em França e na
Itália.Sergei Sobyanin, político muito
próximo de Putin, reconheceu hoje que os 290 casos de infetados pela
pandemia da covid-19, provocada pelo novo coronavírus, registados na
capital russa constituem um número subestimado, acrescentando que
existem, “provavelmente 400 a 500” casos.A Rússia divulgou hoje a existência oficial de 495 casos positivos de covid-19 em todo o país.“É uma situação séria e que está a evoluir”, disse Sobyanin ao Presidente russo, de acordo com o Kremlin.Responsável
pela gestão de Moscovo adotou medidas mais restritivas na capital, como
uma quarentena obrigatória a quem chega de viagem ou a limitação de
reuniões públicas e o encerramento de estabelecimentos de ensino e
locais de entretenimento, defendendo que cada uma das regiões russas
deve seguir estes procedimentos.Sobyanin
pediu que especialmente as pessoas com mais de 65 anos sejam confinadas
às suas casas, como acontecerá em Moscovo a partir da quinta-feira e
sublinhou a importância de identificar os viajantes que chegaram do
estrangeiro nas últimas semanas.O autarca
de Moscovo deu como exemplo a região de Primorye, no extremo oriente do
país, onde 6.000 pessoas regressaram a casa depois de terem estado em
“áreas infetadas”.“É um problema, um grande problema. E, mais cedo ou mais tarde, o problema vai-se tornar viral”, concluiu.