Rússia acusa filho de Biden de financiar laboratórios biológicos
Ucrânia
24 de mar. de 2022, 17:46
— Lusa/AO Online
“Chama a atenção o envolvimento
de estruturas próximas da atual liderança dos Estados Unidos, em
particular, do fundo de investimentos Rosemont Seneca, dirigido por
Hunter Biden”, no financiamento destes laboratórios, declarou numa
conferência de imprensa o tenente-general Igor Kirilov, falando em nome
do Ministério da Defesa russo.De acordo
com o militar, que ocupa o cargo de comandante das Forças de Proteção
Radiológica, Química e Biológica do Exército russo, os documentos
encontrados pela Rússia durante a sua “campanha” na Ucrânia “mostram o
esquema de interação das instituições estatais dos Estados Unidos com os
laboratórios biológicos ucranianos”.Kirilov afirmou que a dimensão do programa norte-americano na Ucrânia “é impressionante”.“Na
sua realização, participaram diretamente, além do Pentágono, a Agência
dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), o Fundo
Soros e os Centros para o Controlo e Prevenção de Doenças (CDC)”,
enumerou.Segundo o militar de alta
patente, o projeto foi patrocinado como desenvolvimento científico pelas
principais instituições de investigação dos Estados Unidos, “incluindo o
Laboratório Nacional de Los Álamos, que desenvolve armas nucleares no
âmbito do Projeto Manhattan”.“Todas estas atividades são levadas a cabo sob o controlo absoluto do Pentágono”, acrescentou.O
general russo denunciou que “o financiamento destas atividades
militares biológicas permitiu aos Estados Unidos e seus aliados retirar
da Ucrânia pelo menos 16.000 amostras biológicas”.“Esta
amostragem em larga escala da imunidade natural de uma população
provavelmente foi realizada com o objetivo de escolher os agentes
biológicos mais perigosos para a população de uma determinada região”,
comentou.Kirilov indicou que nas cidades
de Lviv, Kharkiv, Odessa e Kiev foram recolhidas 4.000 amostras de
militares para detetar anticorpos contra o hantavírus e outras 400 para
os anticorpos da febre hemorrágica da Crimeia-Congo.Denunciou
igualmente que os Estados Unidos não só levaram da Ucrânia amostras de
tecido e de sangue, como também de agentes patogénicos perigosos e seus
agentes transmissores.“Para a Geórgia,
foram enviadas mais de 10.000 amostras. Entre os destinatários, havia
também laboratórios no Reino Unido e o Instituto Mittag-Leffer, na
Alemanha”, referiu.De acordo com o general
russo, “tudo isto cria riscos para a segurança biológica não só da
Ucrânia, como daqueles países aos quais as amostras foram entregues”.Entre
as prioridades dos Estados Unidos, prosseguiu Kirilov, estava o estudo
do agente patogénico do antraz, altamente contagioso e estável no meio
ambiente.O militar indicou que o programa
abarcava 30 laboratórios em 14 cidades ucranianas e mostrou um mapa com a
respetiva localização.A Rússia sustenta
que o seu exército encontrou, no âmbito da chamada “operação especial
militar” na Ucrânia, vestígios da eliminação de provas da existência de
um programa biológico-militar financiado pelos Estados Unidos, algo que
tanto Washington como Kiev desmentem.