Rússia aconselha Zelensky a negociar já para não perder mais território
Ucrânia
Hoje 13:34
— Lusa/AO Online
“É melhor negociar e
fazê-lo agora do que mais tarde. O espaço para tomar decisões para ele
[Volodymyr Zelensky] reduz-se à medida que perde territórios” face à
ofensiva das forças russas, afirmou o porta-voz do Kremlin.Dmitri
Peskov disse também que a Rússia não recebeu oficialmente os detalhes
da proposta dos Estados Unidos, segundo a agência de notícias
France-Presse (AFP).O plano prevê
nomeadamente que a Ucrânia ceda à Rússia Donetsk e Lugansk (leste) e
reconheça a anexação da Crimeia, ocorrida em 2014, segundo várias fontes
citadas pela comunicação social internacional.Prevê igualmente uma redução dos efetivos regulares das forças armadas ucranianas.“A
continuação [da guerra] para eles não tem sentido e é perigosa”,
insistiu Peskov durante a conferência de imprensa telefónica diária,
também citado pela agência espanhola EFE.Peskov
disse que os recentes sucessos da Rússia no campo de batalha “são a
imposição a Zelensky e ao seu regime de um arranjo pacífico do
problema”.“O eficaz trabalho das Forças
Armadas russas deve convencer Zelensky e o seu regime de que é melhor
chegar a um acordo e fazê-lo agora”, afirmou, sugerindo a Kiev que “deve
tomar uma decisão responsável”.Peskov
recusou-se a comentar o conteúdo do plano, alegando que o Kremlin se
opõe a negociar a paz na Ucrânia “com um megafone na mão”.Assegurou
que a presidência norte-americana não informou oficialmente o Kremlin
sobre os detalhes da nova proposta, mas referiu que Moscovo se mantém
fiel ao acordado na cimeira do Alasca em agosto.“Oficialmente
não recebemos nada. Mais ainda, ficámos a saber algumas coisas pela
imprensa, embora os nossos contactos [com os EUA] não cessem, e nunca os
interrompemos”, disse Peskov.A Rússia
anunciou hoje que tomou 16 localidades na Ucrânia durante a última
semana, coincidindo com as notícias sobre o plano de paz de 28 pontos,
que generais norte-americanos apresentaram a Zelensky na quinta-feira em
Kiev.O Presidente russo, Vladimir Putin,
respondeu ao plano deslocando-se na quinta-feira a um posto de comando
do agrupamento militar Zapad (Oeste), onde o estado-maior o informou da
tomada do bastião de Kupiansk na região de Kharkiv.A
agência russa Ria Novosti, citando o jornal britânico Financial Times,
noticiou que o plano prevê também o fim da ajuda militar norte-americana
a Kiev, a declaração do russo como língua oficial na Ucrânia e a
renúncia ucraniana a todo o Donbass. O
plano inclui igualmente uma proibição do destacamento de tropas
estrangeiras em território ucraniano e do fornecimento de armas de longo
alcance a Kiev.A Ria Novosti acrescenta
que, tal como noticiou o jornal ‘online’ norte-americano Axios, o plano
pressupõe que os Estados Unidos e outros países irão reconhecer a
Crimeia e o Donbass como legítimos territórios russos.