Rui Rio quer “voltar a eleger muitos vereadores” nas eleições autárquicas
27 de dez. de 2019, 06:57
— Lusa/AO Online
“O PSD em 2005 atingiu o auge, caiu um
bocadinho em 2009 e, depois, deu um trambolhão de todo o tamanho em 2013
e 2017. Se o PSD em 2021, nas próximas eleições autárquicas, não
inverte claramente este ciclo, o PSD começa a ficar numa situação muito
difícil em termos daquilo que é a sua implantação real na sociedade
portuguesa”, afirmou Rui Rio, numa sessão de esclarecimento com
militantes, em Viseu.Rio referiu que, em
2013, o PSD “perdeu muitas presidências de câmara”, mas, em 2017, “o que
foi mais marcante nem foi tanto o de perder presidentes de câmara”,
mas, sim, o de perder “muitos vereadores e isso é um elemento muito
importante” e, “em algumas circunstâncias, ainda mais grave, porque se
perde o poder nas autarquias”.“Se o PSD
não recupera desta situação, o PSD corre o risco de, efetivamente, ver
muito diminuída aquela que é a sua real implementação no terreno, que é
dificílima depois de subir. Ninguém acredita, a não ser por demagogia,
que em 2021 vamos conseguir subir para o patamar que estávamos em 2005. É
impossível (..), mas é bom que se consiga subir”, declarou, insistindo
na necessidade de “eleger muitos vereadores”.Falando
para cerca de 200 militantes do distrito de Viseu, o candidato
apresentou as principais diretivas para os próximos dois anos na
eventualidade de ser reeleito: as eleições autárquicas de 2021, a
abertura do partido à sociedade e uma oposição credível ao Governo.No
seu entender, “não há ninguém que faça tudo bem, nem tudo mal e, por
isso, é óbvio que qualquer pessoa minimamente sensata e equilibrada tem
de fazer uma oposição credível e não do bota-abaixo, só porque sim”.“Compete-nos
a nós construir a credibilidade junto das pessoas e aquilo que fizemos
nos últimos dois anos não foi isso, porque obviamente que um partido que
está sempre em convulsões, sempre no bota-abaixo, sempre a destruir a
sua direção nacional, sempre a tentar atirar com o líder abaixo é um
partido que, perante a sociedade portuguesa, não oferece confiança”,
considerou.Segundo Rui Rio, “cada vez que
os portugueses falam de partidos políticos, falam em tom crítico e de
afastamento” e a taxa de abstenção em crescimento “é o sintoma do
divórcio” existente entre os partidos políticos e a sociedade
portuguesa.“Ou nós alteramos isto ou
continua latente o perigo de os partidos tradicionais desaparecerem ou
tornarem-se irrelevantes e os novos partidos crescerem e terem muito
mais força. Ou temos capacidade de inverter isto ou então o resultado de
06 de outubro [eleições legislativas] é um epifenómeno que acaba
rapidamente”, disse.Para este desafio, Rui
Rio pediu sugestões apesar de continuar a defender o Conselho
Estratégico Nacional, que “parou em julho e com as eleições de outubro
não voltou a funcionar”, mas que quer “ativar novamente caso seja eleito
de forma a atrair profissionais da sociedade para o debate no partido
e, com isso, levá-los a serem militantes”.As
eleições diretas do PSD realizam-se em 11 de janeiro. São candidatos à
liderança o atual presidente do PSD, Rui Rio, o antigo líder parlamentar
do PSD Luís Montenegro e o atual vice-presidente da Câmara de Cascais,
Miguel Pinto Luz.