Rui Rio fez este anúncio no encerramento das jornadas parlamentares do PSD, que decorreram hoje na Assembleia da República.“Não
é o nosso orçamento, mas no interesse do país nós até nos poderíamos
abster por causa da pandemia, por causa da presidência portuguesa que se
inicia, porque o Presidente da República está com poderes diminuídos,
nem sequer pode dissolver o parlamento, porque temos necessidade de
recuperar a economia e otimiza as ajudas da União Europeia”, enumerou
Rio, na reta final de um discurso de cerca de 45 minutos.O
líder do PSD apontou, no entanto, a razão pelo qual o partido não
seguirá esse caminho da abstenção: “O primeiro-ministro disse que o seu
projeto é com o PC e com o BE e que, no momento em que precisasse do PSD
para aprovar o Orçamento, o seu Governo terminava nesse momento”,
afirmou, citando uma recente entrevista de António Costa ao Expresso.“Ora
assim sendo, se o Orçamento é mau, se não combate o desemprego, se não
apoia as empresas e até dificulta, se distribuí o que tem e o que não
tem, se não dá sinais à classe média, se tem défice de transparência, se
pré-anuncia um orçamento retificativo por ter receita sobrestimada, se
nada faz pela reforma da administração pública para combater o
desperdício e ineficiência e se o voto do PSD não serve nem para evitar
uma crise política, o PSD então só pode votar contra porque esse é que é
o único voto coerente com aquilo que devemos fazer”, defendeu,
recebendo um forte aplauso da bancada.Devido
às palavras do primeiro-ministro, defendeu, o PSD está livre para
“votar contra um orçamento que se esforça por agradar ideologicamente ao
PCP e BE, esquece o futuro e não visa a recuperação económica de
Portugal”.