Rui Oliveira e Ivo Oliveira quartos no madison no fecho dos Mundiais de pista
21 de out. de 2024, 10:46
— Simão Freitas/Lusa/AO Online
Rui Oliveira,
campeão olímpico desta corrida em Paris2024, ao lado de Iúri Leitão, fez
desta feita dupla com o irmão, Ivo Oliveira, e foram quartos
classificados, a seis pontos do pódio, comprovando o seu lugar entre os
melhores ‘pistards’ do mundo, em prova ganha pelos alemães Roger Kluge e
Tim Torn Teutenberg.Os belgas Lindsay de
Vylder, campeão do omnium, e Fábio van den Bossche ficaram com a prata,
enquanto o bronze consagrou os dinamarqueses Niklas Larsen e Michael
Morkov, este último na sua despedida como profissional.Portugal
surpreendeu ao conseguir uma volta de avanço e os cinco pontos máximos
no quarto de 20 sprints ao longo desta corrida, e colocou-se em
primeiro, antes de se iniciar uma prestação superlativa dos alemães.“Costumamos
deixar para o final as nossas balas, e este ataque não foi planeado. Se
sentíssemos uma oportunidade para ganhar vantagem e pontuar, iríamos
fazê-lo. Vi que o pelotão parou, disse ao Rui para arrancar. O objetivo
era fazer cinco pontos e abrir, mas, com mais de meia volta, decidimos
ir em frente”, analisou Ivo Oliveira, em declarações à Lusa.Até
final, Kluge e Teutenberg foram somando pontos atrás de pontos, num
madison disputado a ritmo muito alto e em que Bélgica e Dinamarca também
se mostraram, com os dois irmãos de Vila Nova de Gaia a reentrarem pela
discussão já perto do final.Aí,
conseguiram novamente 25 pontos (20 da volta de avanço e cinco do
sprint), para acabarem com 53 pontos, precisando do sprint final para
ultrapassar os dinamarqueses no pódio, o que não foi possível.“Ficámos
novamente na luta pelo pódio. No final, foram mais fortes, mas temos de
estar orgulhosos da corrida, foi das melhores corridas de madison que
já fizemos. Estivemos os dois excelentes, em sintonia”, acrescenta Ivo
Oliveira.Já o campeão olímpico, que tinha
sido sexto no omnium no sábado, esperava sentir-se “pior” em termos de
fadiga acumulada, lamentando “dois erros” que crê ter cometido e que
prejudicaram as chances de chegar às medalhas."No
sprint final, se deixo o Ivo fazer as últimas voltas, quando vinha com
bastante velocidade... (...) Tínhamos pernas fenomenais, e a par dos
Jogos Olímpicos, foi das melhores prestações que já fizemos enquanto
seleção. Mas, claro, ficar tão perto do pódio é uma pena", refere Rui
Oliveira.Diogo Narciso também esteve em
grande plano na corrida de eliminação, em que foi quarto classificado,
numa eliminação polémica devido ao comportamento do neerlandês
Jan-Willem van Schip, que viria a ser desclassificado por manobra
irregular, o que ‘empurrou’ Narciso de quinto, quando saiu de pista,
para a ‘porta’ do pódio.Esta prova coroou o
dinamarquês Tobias Hansen, que já tinha vencido um título mundial da
perseguição por equipas, juntando novo ouro ao relegar para segundo o
italiano Elia Viviani e para terceiro o canadiano Dylan Bibic.“Ia
com boas pernas, consegui safar-me bem nas várias eliminações mas nesta
última já ia muito fatigado. (...) Estou muito contente com este quinto
lugar num Mundial, que é fantástico no meu primeiro ano”, reflete.O
jovem de 22 anos estreou-se em Mundiais de elite com um 10.º lugar no
scratch, o sétimo nos pontos e o quinto na eliminação, selando em
crescendo uma primeira participação entre os melhores do mundo. “Vir
de um 10.º para sétimo já me deixava muito feliz, agora ainda mais. Só
me dá vontade de trabalhar mais, e mais forte, com vista ao futuro”,
explica.Na corrida de pontos em que a
dinamarquesa Julie Leth fechou a carreira profissional ao mais alto
nível ao dar mais um ouro à Dinamarca, perante a euforia das bancadas, a
portuguesa Daniela Campos foi 12.ª classificada, com 21 pontos.A
atleta da casa ‘brilhou’ e deixou para trás a ‘rainha’ da pista, a
belga Lotte Kopecky, na segunda prata nesta edição para a ‘estrela’, com
a irlandesa Lara Gillespie no bronze.“Tentei
fazer a melhor gestão possível. A ‘startlist’ era bastante forte, quase
todas as melhores ‘pistards’ estavam na corrida. Foi uma corrida em que
se andou bastante, do início ao fim. A meio da corrida, pude sair e dar
a volta [de avanço], o que foi bastante bom tendo em conta os objetivos
que tínhamos para esta corrida”, analisou, em declarações à Lusa.Para
a jovem, que correu pela terceira vez a corrida de pontos nos Mundiais
de elite, a corrida foi “bastante positiva”, uma vez que somou mais
pontos do que em 2023, mas também teve “vários erros cometidos”.