Em declarações à Lusa, o candidato refere que “tem que haver uma outra voz e alternativa”, porque “infelizmente, em quatro anos não se fez nada”.

Rui Matos defende que deve “haver melhor facilidade de estacionamento” no centro da cidade de Ponta Delgada para “os clientes visitarem aquela que é ainda a maior área comercial dos Açores e consumirem”.

O candidato quer ainda dar um novo rumo para o Mercado da Graça, que é “grande chamariz e um marco histórico” na economia do concelho, mas onde hoje os produtores e os clientes são “muito maltratados, desprezados e humilhados” pelo atual executivo municipal, considerando o prolongamento do processo de obras no espaço.

A requalificação da cobertura do Mercado da Graça foi consignada e iniciada em setembro de 2021 e a sua conclusão estava prevista para agosto de 2022. A obra foi, contudo, suspensa, na sequência de um parecer desfavorável do Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros.

Em maio deste ano, a câmara indicou que a intervenção para garantir a inclusão do sistema de combate a incêndios em edifícios estava a decorrer, com conclusão prevista para outubro, e aprovou a primeira indemnização aos comerciantes, por quebra de rendimentos.

“Tem que haver uma grande mudança, porque Ponta Delgada, da forma como está, não pode continuar. Estamos a recuar e não a avançar em termos de desenvolvimento”, afirma.

O ADN critica também a aposta nas “festas brancas e bailaricos” quando as pessoas “vivem é da economia, postos de trabalho e desenvolvimento local”.

Rui Matos tem 57 anos e é casado, tendo sido candidato pelos Açores nas mais recentes legislativas nacionais e também nas regionais.

Ponta Delgada tem 24 freguesias distribuídas por 231,9 quilómetros quadrados e cerca de 67 mil habitantes, 28% da população açoriana.

O PSD presidiu quase sempre à Câmara de Ponta Delgada, com exceção do mandato 1989-1993, em que socialistas em coligação com o CDS-PP geriram a autarquia.

Além de Pedro Nascimento Cabral, atual presidente do município, são conhecidas as candidaturas de Isabel Rodrigues (coligação Unidos por Ponta Delgada - PS/BE/PAN/Livre), Alexandra Cunha (IL), José Pacheco (Chega), Sónia Nicolau (movimento Ponta Delgada para Todos) e Henrique Levy (CDU).

Nas autárquicas de 2021, o PSD assegurou a presidência da Câmara Municipal de Ponta Delgada com 48,76% dos votos expressos, o que valeu cinco mandatos.

O PS assegurou 37,33% dos votos, sendo quatro os seus mandatos, e concorreram ainda o BE (2,74%), a IL (2,71%), o PAN (2,03%), o Chega (1,92%) e a CDU, coligação formada por PCP e PEV (1,19%).

Na Assembleia Municipal (51 membros), onde existem seis grupos e representações municipais (PSD, PS, IL, BE e os independentes Santa Clara Vida Nova e Sempre Candelária), os sociais-democratas têm 25 mandatos.

As eleições autárquicas estão agendadas para 12 de outubro.